Nesse fim de semana, mais um macaco-prego foi eletrocutado e morto na rede da Light no Jardim Botânico. A equipe do projeto Fauna do JB levou o filhotinho para o Instituto Vida Livre, ONG criada por Roched Seba, que cuida de animais silvestres. “Ele era um jovem macho; ficou todo queimado e com sangramentos. Foi prontamente medicado e suas dores, contidas. No entanto, a hemorragia era intensa e o quadro neurológico, bastante complicado, causou várias convulsões. Apesar do esforço e trabalho em conjunto, ele amanheceu sem vida. Foi o segundo macaco só nessa semana”, disse Roched em post do Vida Livre.
Segundo dados da ONG, há mais de um ano, foram atendidos 30 casos de animais silvestres que sofreram nos fios da Light. A coluna entrou em contato com a empresa, que enviou a seguinte resposta: “A empresa acredita na importância de zelar pela preservação do meio ambiente e prevenir o risco de eletrocussão de animais silvestres. Para isso, realizamos planos cíclicos de poda de árvores, o que afasta os animais da rede elétrica – anualmente são podadas mais de 60 mil árvores na cidade do Rio, sendo 150 mil na sua área de concessão. Também são implementados, estrategicamente, protetores e mantas para minimizar o contato direto com pontos energizados da rede. Em pontos mais sensíveis, onde há maior incidência de animais silvestres, os condutores de média tensão possuem revestimento, ou seja, estão protegidos do contato direto com o condutor energizado, e os circuitos são inspecionados anualmente, a fim de levantar fragilidades e possíveis defeitos”.
Enquanto isso, Marcelo Queiroz, deputado federal pelo Rio, luta em Brasília para aprovar o projeto de lei que responsabiliza as concessionárias de energia pelo tratamento e morte dos animais. “Registramos o B.O de mais um caso, e há um inquérito em curso no MP do estado do Rio. No entanto, a insensibilidade e irresponsabilidade da Light com a fauna silvestre não pode ser uma batalha só nossa. É urgente rever a legislação que ainda não obriga as concessionárias de energia a atentar para seus impactos”, diz Marcelo.