Se depender de bênçãos, o médico e empresário Josier Vilar terá dois anos incríveis como presidente da Associação Comercial do Rio (ACRJ), com posse nesta segunda (03/07), na sede do Centro, duas semanas depois de ser eleito com 70% dos votos (ele disputou com o atual presidente, o advogado Daniel Homem de Carvalho).
O evento durou mais ou menos duas horas, com aquela formalidade. Foram chamados à mesa Josier, Ruy Barreto Filho, presidente do Conselho Superior, e representantes de diversas religiões — sempre houve atos inter-religiosos na ACRJ, mas agora o leque foi ampliado: Dom Orani Tempesta, arcebispo do Rio; Téo Elias, pastor da Igreja Betânia; Sérgio Margulies, rabino da Associação Religiosa Israelita do Rio; Alcio Braz, monge zen budista da Ordem dos Hospitalários no Darma; e Márcio de Jagun, babalorixá-coordenador da Diversidade Religiosa do Município do Rio.
Depois da fala dos religiosos, Josier subiu ao púlpito: “Feliz de ver esse auditório cheio de ‘riomaníacos’ dispostos a colaborar para que encontremos o que temos de melhor, a alma das pessoas que aqui vivem. Queremos transformar o Rio num lugar atrativo pra viver, trabalhar, empreender e visitar. Esse é nosso propósito, independentemente de opções de fé, ideológica ou partidária”, disse.
Em seguida, só mais cinco discursos: de Ruy Barreto Filho, Josier, de Maria Luiza Nobre de Almeida, representante do Conselho Diretor, do prefeito Eduardo Paes e do governador Cláudio Castro.
Momento de boas risadas foi com o tom informal de Paes, que já começou citando os nomes de alguns, com ênfase em um deles: “O meu predileto, Dr. Luizinho, deputado federal. Bons entendedores entenderão, Luizinho! Por enquanto, essa fase é só de love”, com risinhos concentrados na plateia: Luiz Antônio Teixeira Jr., o Dr. Luizinho, é também secretário estadual de Saúde e um dos nomes fortes de partidos de centro-direita e bolsonaristas para formar uma chapa para disputar contra Paes em 2024 (tendo o deputado federal Eduardo Pazuello como vice).
No mais, o prefeito romantizou o Rio, sem se redimir dos problemas: “Temos complexo de vira-latas, que é a incapacidade de nos elogiar, e isso tem impactos econômicos daquilo que dizem sobre a gente na hora de visitar e investir. Isso nos atrapalha. Não estou dizendo que está bom, ninguém quer enganar ninguém aqui, mas estamos longe de ser a pior cidade do Brasil em segurança pública”. Voltou a elogiar Cláudio Castro, dizendo que o Rio tem que trabalhar junto e ficar unido, mesmo sendo de partidos e ideologias diferentes, em todos os setores da sociedade.
Bem menos informal, entrou Castro no púlpito, com os olhos baixos, lendo uma lista de nomes, mas depois olhou para a plateia também para elogiar Paes e dizer que o diálogo é o mais importante de uma gestão.