“Wilma Martins — Território da memória” será a primeira mostra póstuma da artista mineira morta no ano passado, no Rio, onde morava, aos 88 anos, no Paço Imperial, a partir da próxima quarta (28/06). A curadoria é de Frederico Morais, crítico de arte e marido da artista, e da historiadora da arte Stefania Paiva, que conviveu intensamente com Wilma nos seus últimos anos – são 37 trabalhos, incluindo os pouco conhecidos, desde suas primeiras produções até a última, como gravuras, pinturas, desenhos e cadernos. “Wilma nos transporta para outros domínios, para impensáveis cenas, dessas que só aparecem nos delirantes sonhos. A seu modo, construiu um mundo com a riqueza do mistério, capaz de cativar até mesmo o mais desatento espectador. Sua delicada força está em tudo o que ela criou”, diz Stefania.
Entre os destaques, “Dona Marta 24h” (2016), seu último trabalho, com 25 desenhos representando o Mirante Dona Marta, em cada hora do dia e da noite, durante 24 horas. Em um livro sobre a arte contemporânea, o crítico Ferreira Gullar (1930-2016) elogia os traços da artista, comparando-os aos de Henri Matisse e Pablo Picasso: “A artista realiza uma poética do ambiente doméstico, em que pressente o mistério e nos mostra”.