Quase duas mil pessoas passaram na abertura da mostra “Cosmococa — Programa in Progress”, nesse fim de semana, no Centro Hélio Oiticica. Depois de 50 anos, as 11 instalações criadas por Oiticica com o cineasta Neville D’Almeida se tornaram públicas na íntegra — “Cosmococa 5 Hendrix War (versão privê)”, feita em homenagem ao guitarrista Jimi Hendrix, é a única inédita.
E lá estava Neville, 82 anos, energia a toda, conferindo tudo antes da abertura, com o curador César Oiticica Filho. “Hélio e eu nos conhecemos em 1971, no Rio, dois anos antes de criarmos um trabalho misturando artes visuais e cinema. Algumas das peças já percorreram mais de 40 países, e foram pensadas para serem montadas no futuro, mesclando fotografia e música”, disse Neville.
Depois do Rio, a mostra vai para Nova York e, na volta, para o Inhotim, por vontade de Neville. “Ao todo são 11 instalações multimídias sensoriais e todas elas criam diversas formas de participação do público, um exercício experimental de liberdade, conceito criado por Mário Pedrosa, um dos maiores críticos de arte do século 20”, diz César, sobrinho de Hélio e diretor artístico do Centro.
Na terça (13/06) Neville estreia seu novo filme, “Bye bye Amazônia”, sobre a floresta e “estes tempos sombrios”, define ele, no Estação Net Botafogo.