O musical “Dom Quixote de Lugar Nenhum” estreou nesse sábado (03/06), num Teatro Casa Grande lotado de convidados curiosos com o que o diretor Jorge Farjalla (segundo a crítica, um dos mais ousados da atualidade) faria com o espetáculo de Ruy Guerra, inspirado pela clássica obra de Cervantes.
A produção, de Simone Kontraluz, reuniu Claudia Ohana e Ruy Guerra, que não trabalhavam juntos desde 1989 (os dois foram casados e são pais de Dandara Guerra), e a atriz entra em cena como um diabo. “Eu já queria trabalhar com o Farjalla há algum tempo. A Simone me apresentou a ele. E aí eles me chamaram para fazer o musical e eu nem li o texto, nem sabia direito o que eu ia fazer”, diz ela.
Há duas homenagens para a própria Claudia, uma menção a “Sympathy for The Devil”, que era tema de Natasha na novela “Vamp” (grande sucesso de 1992 na TV Globo), e também a cabrita Tieta, em que Ohana fez na primeira fase da novela e todos na cidade da ficção a chamavam de cabrita. Em vários momentos, o público gargalhava com a diaba.
Outro destaque é o ator Lucas Leto, o herói, primeiro Dom Quixote preto. “É uma responsabilidade grande porque ele é icônico e agora interpretado por um jovem ator preto de Salvador. Tenho certeza que esse espetáculo vai surpreender e emocionar muito”, diz ele.
Quanto a Ruy, aos 92 anos, esteve nos ensaios e também na pré-pré-estreia na sexta, no sábado e vai neste domingo (04/06) — amou e se emocionou algumas vezes. No fim, o público sai do teatro ao som de “Jorge de Capadócia”, pois o Quixote enfrenta o Dragão — todos prontos para encarar os seus depois da mensagem positiva.