Depois da 10ª temporada carioca de sucesso, a premiada versão brasileira de “Tom na Fazenda” está em cartaz pela primeira vez em Paris, no Théâtre Paris-Villette, até dia 1º de abril, em 21 apresentações, e tem chamado atenção dos críticos, como Joelle Gayot, do “Le Monde“, em matéria nessa quarta (15/03).
Como disse à coluna, em novembro passado, Armando Babaioff, ator e produtor do espetáculo, “minha vida se divide em antes e depois de ‘Tom’ e é o primeiro feito de uma peça independente falada em português no calendário oficial da prefeitura da capital francesa”.
Foram mais de 30 mil espectadores desde que foi encenada a primeira vez, em 2017. A montagem, baseada em “Tom à la Farme”, do autor canadense Michel Marc Bouchard, tem direção de Rodrigo Portella e elenco com Soraya Ravenle, Gustavo Rodrigues e Camila Nhary, além de Babaioff. “Notável adaptação! Um momento de teatro incandescente, fervoroso e poderoso. Resumindo, é excepcional ou mesmo essencial”, disse Carine Rolland, responsável pelos eventos culturais da prefeitura da cidade (uma espécie de deputada).
Desde a estreia teve várias indicações e prêmios e foi mostrada em São Paulo, Montreal, Canadá, e, a mais marcante, na programação off do Festival de Avignon, no Sul da França, considerado a Copa do Mundo das artes cênicas, eleita uma das 13 peças favoritas entre as mais de 1.500, segundo o “Le Journal du Dimanche” e o “Coup de cœur du Festival”, do jornal “La Croix”.
Por causa do sucesso em Avignon, Babaioff teve que criar uma empresa na França depois dos convites para apresentações em mais de 25 teatros daquele país: “Tenho uma equipe de quatro pessoas trabalhando para a peça. A gente faz um teatro invejável no mundo inteiro — o que produzimos no Brasil é infinitamente melhor em qualidade porque a gente trabalha com precariedade, e isso leva à criatividade. Chegamos com uma linguagem que eles não estão acostumados a assistir. Daí eles ficam loucos”.