Se não fosse a persistência do engenheiro Leniel Borel, seu filho, Henry Borel, de 4 anos, morto há dois anos, completados nesta quarta (08/03), seria só mais uma vítima da violência. Para manter a memória de Henry viva, foi rezada uma missa no Santuário Cristo Redentor, com muita gente subindo o Corcovado sem ter nenhuma relação com a família, mas pela comoção que o caso traz em si. “Gostaria de estar aqui com meu filho; ele estava sendo criado para fazer a diferença. E está fazendo. Conseguimos uma lei que pune com rigor quem faz isso com crianças, inclusive com quem é omisso”, disse Leniel, durante a cerimônia, sobre a lei que aprovou o nome do garoto em maio do ano passado, que torna crime hediondo o homicídio contra menores de 14 anos e aumenta as punições para crimes de injúria e difamação contra crianças e adolescentes.
Os acusados do assassinato são o padrasto e ex-vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Jairinho, e a mãe, Monique Medeiros. Atualmente, eles aguardam pelo júri popular – ela respondendo em liberdade; ele, preso preventivamente, em Bangu 8.
No dia anterior, Leniel discursou no lançamento de uma revista que trata da proteção às vítimas de agressão. “Luta por justiça não deveria aumentar o sofrimento da vítima! Henry foi morto de forma brutal, porém hoje o que se discute são os direitos e a defesa dos réus: a mãe e o padrasto. Até quando o sistema judiciário será pró-réu, colocando a vítima em 4ª, 5ª, última posição? São dois anos lutando incansavelmente para provar o óbvio e obter o mínimo que um crime hediondo deveria ter. Cadeia sempre será pouco para crimes de homicídio contra crianças!”, disse ele.