Dia 9 de novembro, estreia “Walter Firmo: no verbo do silêncio a síntese do grito”, sobre os mais de 70 anos de carreira do fotógrafo, no CCBB, depois de passar pelo Instituto Moreira Salles de São Paulo.
São 266 imagens, de 1950, até 2021, sobre cenas cotidianas, destacando também a população e a cultura negra de diversas regiões do País: ritos, festas populares e religiosas.
Tem imagens famosas, como uma dos Doces Bárbaros, grupo formado por Maria Bethânia, Gal Costa, Gilberto Gil e Caetano Veloso, de 1976, quando Firmo estava na sucursal da “Veja”, no antigo edifício da Mesbla, e Zuenir Ventura, então chefe de redação, o pautou. “Faltavam 3 ou 4 dias para o início da turnê dos Doces Bárbaros, e eu precisava ir até o Canecão. Eu já os conhecia de outros trabalhos, já tinha credibilidade, eles confiavam em mim, então cheguei mandando no pedaço. Pedi que eles fizessem um trenzinho, eles obedeceram e temos essa foto”, diz Firmo.
O mesmo aconteceu com Pixinguinha em 1967, quando ele acompanhou o jornalista Muniz Sodré em uma pauta na casa do compositor. Depois de uma conversa, o fotógrafo pegou uma cadeira de balanço que ficava na sala e a colocou no quintal, ao lado de uma mangueira. Propôs a Pixinguinha que se sentasse com o saxofone no colo. Registrou o músico em vários ângulos nas fotos que se tornaram ícones. Mas qual você prefere? “Certamente aquela que ainda poderei fazer”, diz ele à coluna.