Serão inaugurados, neste domingo, diversos universos paralelos. Cada um com uma realidade própria, dependendo do resultado das eleições
No primeiro, fechado o balaio das apurações (possivelmente com a totalização dos números do Acre), Lula é eleito presidente, no primeiro turno.
Bandeiras vermelhas tomam a Paulista. Um show com Anitta, Caetano, Chico, Pabllo Vittar e Martinho da Vila celebra o lulalá. Bandeiras “Fora Alckmin” já são providenciadas, por precaução.
Dilma tira do maleiro do taiêzinho vermelho e tenta mandar uma mensagem para o Bessias, pedindo que ele descubra uma lavanderia que consiga tirar cheiro de naftalina. Bessias já saiu do grupo há mais de seis anos. Ela mesma tem que procurar o número na lista telefônica. Antes de encerrado o mandato, já terá chegado à letra F.
Bolsonaro bufa. Entra no grupo do Centrão para chorar as pitangas, mas o Centrão em peso saiu do grupo. Entra no das Forças Armadas para tentar dar um golpe, mas só tem um cabo e um soldado — e os dois estão de folga. O véio da Havan se apresenta com uma garrucha. Neymar está numa balada e nem o empresário sabe a que horas volta.
Lula manda José Dirceu escrever o discurso de posse, com promessas contra a corrupção. E jura que desta vez a imprensa golpista vai ver o que é bom.
Noriega é o primeiro a mandar felicitações. Putin, o segundo.
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No multiverso 2, os votos de Santa Catarina fazem a diferença, e é Bolsonaro o eleito.
Bandeiras verde-amarelas tomam a Avenida Atlântica e a Barra da Tijuca. Um show com Gusttavo Lima e Zezé di Camargo celebra o mito. Os semáforos passam a ter apenas o verde e o amarelo, já que o vermelho estará proibido em todo o território nacional.
Lula bufa. Entra no grupo do Centrão para desabafar, mas o Centrão inteiro já migrou de volta pro grupo antigo. Pensa “O jeito é dar um gole”. Janja cancela a encomenda de 100 kg de sementes de plantas vermelhas, que ia usar para renovação dos jardins do Alvorada. Dilma coloca mais 20 bolinhas de naftalina no maleiro.
Bolsonaro manda Carluxo escrever o discurso de posse, com promessas contra a corrupção. E jura que agora é que a imprensa lixo vai conhecer o significado da palavra “selva!”. O véio da Havan é nomeado Ministro do Meio Ambiente, para defender o verde.
Orbán é o primeiro a mandar felicitações. Putin, o segundo.
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No metaverso 3, dá a terceira via, e Simone é eleita.
Na falta de bandeiras, toalhas com o rosto da candidata tomam o Mato Grosso do Sul. Um show com Armínio Fraga, Afonso Celso Pastore e Maílson da Nobrega, tendo Elena Landau nos vocais, celebra a bem-sucedida “caminhada da esperança”.
Dilma faz “grumpf” e posta o tuíte: “Uma mulher na presidência é uma coisa muito importante no que se refere a ter uma presidente mulher do sexo feminino, mas essa senhora jamais será a primeira presidenta, como eu”. Janja e Michelle curtem.
Bolsonaro e Lula bufam. O MDB e o PSDB quase morrem de susto com o resultado, e fazem reuniões para descobrir onde foi que erraram. O Centrão adiciona Simone ao grupo.
Economistas escrevem o discurso de posse, com promessas contra a corrupção. Simone manda flores à imprensa, que não responde, por estar de luto.
As primeiras ministras da Nova Zelândia, da Finlândia, da Dinamarca, da Suécia, do Reino Unido, da Estônia, da Islândia, da Lituânia, da Sérvia, do Gabão, da Namíbia, do Togo, da Tunísia, de Uganda e de Bangladesh e as presidentes de Taiwan, Nepal, Trinidad e Tobago, Geórgia, Eslováquia, Grécia, Moldávia, Honduras, Singapura e Tanzânia são as primeiras a mandar felicitações. A primeira-ministra da Itália se ne frega.
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No multiverso 4, o Ceará vira o jogo, e Ciro é eleito.
Bandeiras com rosas vermelhas tomam a praia de Iracema. Um show de Dinho Ouro Preto (com a Patricia Pillar nos backing vocals) comemora que, até que enfim, Ciro chegou lá.
Bolsonaro, num acesso de fúria, atira cartelas de viagra e próteses penianas contra pilhas de latas de leite condensado. Lula bota Marília Mendona na vitrola (“Iê iê iê, infiel, eu quero ver você morar num motel, estou te expulsando do meu coração, assuma as consequências dessa traição”) e esvazia a prateleira da adega climatizada onde guarda suas “Cinquante et un”, safra 2002.
Dilma coloca 10 pedrinhas de naftalina do taiêzinho vermelho. As outras 10 ela repassa pro Véio da Havan colocar no paletó verde dele. Michelle devolve o vestido amarelo, que ia usar na posse, e susta o cheque.
Ciro escreve, ele mesmo, seu discurso de posse, com mais números do que letras, chamando seus antecessores de canalhas, ladrões, covardes, picaretas, frouxos, bandidos, incompetentes, despreparados, corruptos e jumentos. E jura que agora a imprensa vai ter que falar do seu livro.
O presidente de Burkina Faso é o primeiro a mandar felicitações. Depois diz que foi por engano.
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Multiverso 5. Padre Kélson, Kleiton, Kleidir, Kendall, Kellogg’s, enfim, o Candidato Padre é eleito.
Festas juninas fora de hora são convocadas pelo país afora. O preço da laranja dispara nos mercados. Não tem show.
Bolsonaro sente-se traído e exige recontagem dos votos, alegando que voto de castidade não conta. Lula bufa, xinga, esperneia e leva uma bronca do Bonner.
Dilma pergunta ao Bessias de que religião é aquele padre, mas desiste de entender. Michelle se benze. Janja se conforma em ter que visitar o marido de novo na cadeia.
Padre Kelvin, Klinton, Kléverson, enfim, o Candidato Padre recebe o discurso de posse, escrito pelo Roberto Jefferson.
O ET Bilu, a cientista de Rárvarde, a moça das marmitas de Blumenau e a grávida de Taubaté são os primeiros a mandar felicitações. As Malvinas argentinas e os territórios anexados da Ucrânia são os únicos países a reconhecer o novo governo.
O Centrão adiciona o Padre Kaoma ao grupo.