Depois de participar dos festivais de Roterdã, na Holanda, Ficunam, no México, e vencer como melhor roteiro no Festival de Madri, na Espanha, chega aos cinemas brasileiros o filme “Paixões Recorrentes”, da cineasta Ana Carolina, que teve estreia nessa quinta (18/08), no Estação Itaú Arteplex, em Botafogo.
Considerada uma das mais autorais cineastas do País, esse é seu oitavo trabalho, depois de seis anos do último (“A primeira missa”, de 2014), e foi filmado em 2019 e finalizado na pandemia. Rodado na Ilha do Mel, no Paraná, sete personagens chegam ao litoral no final dos anos 1930. “É um filme de época sem época. São pessoas numa praia, brasileiros, argentinos e francesa, que se encontram num botequim e começam a deliberar como fariam para o mundo existir. É um filme de paixões de toda a espécie. Foi gravado em 26 dias e fiquei triste quando acabou”, diz Ana Carolina, homenageada pela 27ª edição do festival “É Tudo Verdade”, que resgatou sua obra de documentarista, em abril.
Ana explica o título: “Essas paixões que estão no título se referem a todas as paixões, inclusive as políticas e a morte das utopias e das ideologias, que hoje vivemos. Ideologias, em geral, acabam em fascismo, em situações autoritárias, em demonstração de grande poder, em confusões arbitrárias que geram desastres irrecuperáveis”.