Quando as notícias sobre o meio ambiente são boas, o biólogo Mario Moscatelli anuncia. É o caso desta sexta (17/06), quando, ao sobrevoar de helicóptero, pelo projeto “Olho Verde”, notou águas cristalinas na foz dos rios Berquó e Banana Podre (como o próprio nome sugere, muito poluído), ambos que deságuam na Baía de Guanabara, precisamente, na Enseada de Botafogo.
Seria um milagre? Juízo final? Mario responde: “Nada disso. Durante décadas, a foz desses dois rios lançou esgoto na praia e na Enseada de Botafogo, transformando-as numa imensa latrina. A partir da suspensão desses lançamentos, associados com as trocas d’água (maré), o ‘milagre’ aconteceu!”, explica.
A Águas do Rio é o órgão responsável pelas galerias que desembocam na baía, assim como pelo esgoto na região. Em janeiro, a concessionária prometeu a despoluição – deixando a praia de Botafogo em condições de balneabilidade — em cinco anos, prazo para a instalação de um cinturão no entorno da Baía de Guanabara, que bloqueará a poluição.
“O quadro anterior de poluição não era uma questão técnica, mas falta de vontade de resolver. A partir do momento em que houve vontade, a melhoria aconteceu! Portanto, tenho grandes expectativas em relação à Baía de Guanabara para os próximos 5/10 anos. Isso é um resgate de uma imensa dívida ambiental, produto de décadas de delinquência ambiental sem punição. Só teremos certeza em 2027/2032. Estarei aqui para confirmar!”, diz Mario.