Para a esquerda, não ser convidado para o casamento de Lula é o mesmo que alguém da realeza britânica não aparecer na lista da Rainha Elizabeth, caso ela resolvesse se casar. O que estaria sentindo José Dirceu, por exemplo, que já foi unha e cutícula com o ex-presidente? Sim, porque os que foram chamados estavam lá: Benedita da Silva, por exemplo, joelho operado, passou a noite sentada o tempo todo, mas foi. Calcula-se: índice de ausência zero.
Falemos da noite, numa casa de festas em São Paulo, considerada singela: vinho nacional ou argentino, comidas inspiradas no Nordeste (polenta com linguiça, arroz com carne-seca, por exemplo), não parece bem adequada ao momento? Imagina se Dom Pérignon ou qualquer champagne francês tivesse jorrado: Lula não estaria quase crucificado uma hora dessas?
Para um carioca, entre os 200 convidados, os momentos altos da noite foram quando a noiva, Janja, cantou “O Que é o amor”, de Arlindo Cruz, para o então noivo, agora marido, e quando foram mostradas no telão as costureiras falando da emoção em fazer o vestido, criado pela estilista gaúcha Helô Rocha, inspirado no Luar do Sertão. E alguém brincou: “O vestido veio energizado”. Com tanto choro dos noivos, contagiando muitos ali (emoção forte a gente sabe no que pode dar), um carioca brincou: “O Dr. Roberto Kalil faz vida social com receituário no bolso?” — cardiologista e grande amigo de Lula.
Com 76 anos, idade do ex-presidente, supõe-se que ninguém esteja com hormônios gritando, isso demonstra o quê? Mais amor do que tudo. É ou não é?