O deputado Marcelo Calero não entendeu o motivo do desagrado do Ministério das Relações Exteriores quando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu convidar observadores da União Europeia para acompanhar as eleições deste ano. Por isso, nessa quarta (11/05), ele protocolou, na Câmara, um requerimento pedindo informações ao Ministério sobre esse posicionamento. A justificativa do Itamaraty foi a de que o País não tem essa tradição em ser avaliado por uma organização da qual não faz parte.
O TSE também convidou outros organismos, como a OEA (Organização dos Estados Americanos), o Centro Carter (ONG fundada pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Jimmy Carter), o Parlasul (Parlamento do Mercosul) e a IFES (Fundação Internacional de Sistemas Eleitorais).
“A decisão é um contrassenso, já que o Governo Federal questiona sistematicamente a honestidade do processo eleitoral. Se o próprio governo desconfia da legitimidade, deveria apoiar a presença da maior quantidade possível de auditores independentes nas eleições”, diz Calero.
No requerimento, o deputado pediu que o Ministério explique os motivos pelos quais é contra a auditoria. “A presença desses observadores internacionais não seria importante para averiguar as supostas fraudes que vêm sendo alardeadas pelo Presidente? A retirada do convite à União Europeia não faz sentido: precisamos de explicações”, conclui.