Em breve, os orelhões — aquelas cabines que ocupavam as calçadas com telefones (sempre quebrados) — só serão vistos em museus, filmes antigos ou imagens no Google. Se você tem acima de 35 anos, deve ter usado a traquitana em algum momento da sua vida, com créditos em fichas ou cartões, sempre com filas imensas e zero privacidade. Pois a Prefeitura tem feito a limpa na cidade: retirou oito deles, completamente abandonados e destruídos em Copacabana, nesta terça (03/05). “Não vamos permitir que as ruas fiquem ocupadas com o que não serve mais”, disse Flávio Valle, o subprefeito da Zona Sul.
Em decreto publicado pela Anatel, em 2018, a agência liberou as concessionárias de telefonia da obrigação de investir em orelhões para que, em troca, elas levassem o sinal de celular 4G a 1.500 áreas isoladas e carentes do País. No entanto, isso fez com que os orelhões deixassem de receber manutenção e foram esquecidos pela concessionária. “Além dos orelhões, retiramos placas informativas que estavam sem uso e causavam poluição visual”, diz Anna Laura Secco, secretária de Conservação.
O primeiro orelhão “público” foi instalado no dia 20 de janeiro de 1972, dia de São Sebastião. Antes disso, essas cabines ficavam dentro de padarias ou bares.