No pós-pandemia, em que as máscaras foram engavetadas — as de proteção, que fique claro —, o Instituo Moreira Salles, na Gávea, começa a mostra “Máscaras”, com 28 títulos, até o fim de maio, entre curtas, longas e videoclipes. O curador de cinema do IMS, Kleber Mendonça Filho, comenta as conexões propostas pela programação: “Na imagem do audiovisual, a máscara pode ser um efeito, uma subtrama, um elemento visual catalisador de ansiedade, de mistério e horror. A proteção facial guarda identidades, faz parte do culto ao super-herói. É frequente, nas representações de religiões e cultos, em personagens lúdicos ou enigmáticos, na sexualidade e na política, nos procedimentos fotogênicos do crime, da ciência, da cultura e do carnaval”.
Entre os selecionados, brasileiros, como “A Lira do Delírio” (1978), de Walter Lima Jr., passando pelo clássico “Imitação da vida” (1959), último filme do alemão Douglas Sirk, até produções recentes, como o nacional “Medusa” (2021), de Anita Rocha da Silveira.
“É possível fazer leituras visuais literais dessa proteção facial que passou a fazer parte da nossa vida. Algumas dessas imagens são velhas conhecidas; outras são novas descobertas. Acreditamos que o estado atual do mundo poderá rebater na revisão dessas imagens, e de como revemos o cinema numa sala escura em 2022”, finaliza Kleber.