O biólogo Mario Moscatelli percebeu, nesta sexta (18/03), o desaparecimento da ecobarreira no rio São João de Meriti e no canal do Cunha, que atravessa vários bairros da Baixada. “Sem as ecobarreiras, um volume gigantesco de lixo vai direto para a Baía de Guanabara”, explica Mario, revoltado. A ecobarreira do canal do Cunha, por exemplo, evita mais ou menos 208 toneladas de lixo sólido jogados direto na baía, em um único mês.
O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) instalou 17 ecobarreiras, em funcionamento desde as Olimpíadas de 2016, na foz dos principais rios e canais que deságuam na Baía de Guanabara, retirando o lixo, mas a operação de todas elas foi interrompida.
A coluna entrou em contato com o Inea, que disse: “O recolhimento de lixo é atribuição das prefeituras. O Inea faz a retirada das ecobarreiras, mas a operação foi interrompida, e o órgão ambiental estadual aguarda uma decisão judicial para fazer a contratação da empresa que fará a operação dessas estruturas para dar a continuidade do serviço”. Que tal?
Já a Prefeitura respondeu: “A Rio-Águas, vinculada à Secretaria Municipal de Meio Ambiente, opera uma ecobarreira no Arroio Fundo, em Jacarepaguá. As demais, no Sistema Lagunar de Jacarepaguá, e na bacia da Baía de Guanabara, são operadas pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea)”.
“Estamos no país onde ninguém é culpado de nada! Se é um problema do Inea ou das prefeituras, não importa. Fato é que o problema caiu na esfera jurídica, que geralmente age numa velocidade lenta se comparado aos danos ambientais. Teria, pelo menos, que manter os serviços em caráter emergencial, até que se resolvesse o problema. É um passo pra frente e 400 pra trás. Esse lixo vai ficar para todo o sempre no fundo da baía, nas praias e nos manguezais. O problema é a falta de entendimento básico da gravidade ambiental que isso vai gerar”, explica Mario, que já informou a situação ao secretário estadual de Meio Ambiente.