Relembramos aqui, algumas citações na coluna ao longo de 2021 e, com elas, alguns dos momentos marcantes ou traumatizantes do ano:
A mensagem de Monja Coen para 2021, no primeiro dia deste ano: “Levamos conosco para 2021 a certeza de que estamos juntos, que somos, todos, a vida do Planeta Terra. E que podemos mudar as causas e condições que tornam tão difícil nossa existência”.
Do cientista político Mauricio Santoro sobre a invasão de apoiadores de Trump no Capitólio, em Washington, em depoimento à coluna (07/01/2021): “Esse sentimento de raiva contra as instituições está muito presente tanto nos EUA como no Brasil, e essa raiva não foi inventada pelo Trump nem pelo Bolsonaro — é fruto de muitas falhas nas democracias americana e brasileira, mas é claro que esses presidentes incitam esse sentimento para fortalecer suas bases”.
Da pneumologista Margareth Dalcolmo (12/01/2021) de janeiro: “Teremos o mais triste janeiro de nossas vidas com o recrudescimento importante da epidemia em várias capitais, em vários estados. A segunda onda se materializou, não há dúvida. Providências poderiam ter sido tomadas antes”.
Do jornalista Dacio Malta, sobre os propagadores do ódio e das mentiras no Brasil e no exterior ( 15/01/2021): “Mais cedo ou mais tarde, uma guerra civil irá eclodir em alguma parte do Planeta. Ela será organizada e convocada pelo Facebook, pelo Twitter, pelo Instagram, pelo WhatsApp ou por outras tão ou mais perigosas embora menos populares. Ou as redes dão um ‘basta já’ a esses bandidos, ou serão responsabilizadas pela ação dos marginais”.
Da psicóloga Isis Vital Brazil, filha de Vital Brazil, um dos fundadores do Butantan e do Instituto Vital Brazil ( 25/01/2021): “Se eu não tivesse esperança na vacina, seria não acreditar na ciência; a vacina é o que nos resta. Tenho muito orgulho do meu pai: um homem que trabalhou a vida inteira pela ciência”.
Do escritor e professor Marcelo Galuppo sobre a gratidão, atitude que está no livro “Um Dia Sem Reclamar” ( 28/01/2021): “É fácil reconhecer uma pessoa ingrata: geralmente, elas reclamam de tudo. O que se esconde por trás dessa atitude é um ego inflado, que pensa possuir mais direitos do que realmente possui, e que, por isso, é incapaz de agradecer pelo que recebe da vida”.
Da psicanalista Luciana Torres, a Tati, sobre a aplicação da linguagem e seus significados através dos tempos ( 03/02/2021): “Extinguir o gênero de uma palavra não acabará com a diferença sexual; exterminar a palavra escravidão não vai modificar a história do Brasil, do Egito, da Grécia ou do Império romano”.
Do cirurgião plástico Alberto Caldeira sobre o crescimento significativo no número de pacientes interessados em cirurgia plástica no Brasil (05/02/2021): “Está acontecendo um boom na procura por cirurgias plásticas neste início de 2021, e isso em todas as clínicas e consultórios e em níveis sociais distintos, mesmo os menos favorecidos. Como as pessoas não estão podendo viajar, e estão mais isoladas em casa, resolveram investir em si próprias”.
Da escritora Marta Pessoa, autora de “Zignau”, livro com ironia e acidez, sobre as agruras de quem precisa impor-se frente a uma sociedade que não perdoa a velhice (08/02/2021): “Não há como comparar as agruras de quem é vítima de preconceito, mas, se você acha complicado ser alvo de alguma discriminação, experimente ser velho(a). Exibir rugas e demais sinais de uma vida iniciada há mais de seis décadas exige coragem e atitude”.
Do biólogo Mario Moscatelli, colaborador frequente da coluna, sobre o “carnaval”, que muitos ainda estão insistindo em comemorar (13/02/2021): “Uma quantidade expressiva de pessoas não conseguiu entender, diante dos números estarrecedores de mortos, que estamos numa corrida entre a lenta vacinação e a rápida transmissão e capacidade de mutação do vírus, que parece ter cérebro quando comparado às suas vítimas”.
Do jornalista Jorge Perlingeiro, locutor oficial da apuração dos desfiles das escolas de samba do Rio, sobre o próximo carnaval (19/02/2021): “Vai ser de uma ansiedade tão grande, todo mundo querendo recuperar o ano perdido. E isso tudo vai cooperar para termos um espetáculo de um nível muito superior em termos de qualidade, beleza e escolha dos enredos. O carnaval de 2022 vai ser inesquecível, daqueles ’10… nota dez!’. É só esperar um pouquinho”.
Do engenheiro David Zylbersztajn, ex-presidente da ANP, sobre o assunto do momento: o futuro da Petrobras ( 25/02/2021): “Todo esse trololó serve para justificar que uma Petrobras saudável deve ser a principal meta do País. Todo cidadão brasileiro, direta ou indiretamente, é um sócio da empresa. Quando ela gera dividendos, impostos e investimentos, todos os cidadãos ganham”.
Da consultora de etiqueta e comportamento Claudia Matarazzo sobre a fixação dos Bolsonaros com o termo “enfia no rabo” (11/03/2021): “Em qualquer ambiente mandar enfiar algo no cu é considerado agressão das graves — vai muito além de boas maneiras. Que um deputado, cujo salário é pago por toda a população o faça, mandando a mesma enfiar no ânus a máscara (única proteção acessível em meio a uma tragédia sanitária), é inadmissível e repugnante. Temos sido sistematicamente agredidos por esses abusos de poder, impunidade e absoluta falta de educação e empatia”.
Da jornalista Denise Loreto da Cruz, viúva do cirurgião maxilo-facial Ricardo Lopes da Cruz, cuja morte pela Covid-19, em dezembro, deixou o Rio de luto ( 22/03/2021): “Não sou de uma geração que viveu guerras, holocausto ou grandes perdas e privações; por isso, acredito que vamos superar tudo isso. Chegamos até aqui, e a humanidade vai se reinventar e vencer isso também”.
Da médica intensivista Cassia Righy, do Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer e pesquisadora do Laboratório de Medicina Intensiva da Fiocruz ( 07/04/2021): “Nada nos prepara para a morte em série: a morte encarada sozinha; a morte por trás da face shield; os casais que se internam juntos; o filho que, na hora da alta, recebe a notícia da morte da mãe: ‘Foi só um churrasco de aniversário, doutora’. Nos olhos, tristeza, arrependimento e culpa”.
Do psiquiatra Arnaldo Chuster sobre o caso do menino Henry Borel, de 4 anos, que chocou o País ( 11/04/2021) : “Parece não haver escassez desse artigo em nosso país. Trata-se agora de um vereador do Rio, Dr. Jairinho que, juntamente com sua mulher, assassinaram o filho dela. Só se tem notícia dos requintes de crueldade do ato, em tempos recentes, naquela praticada por nazistas em campos de concentração”.
Do cirurgião plástico Sergio Romay (ex-aluno de Ivo Pitanguy) sobre a febre das harmonizações faciais ( 17/05/2021): “Os exageros de procedimentos estéticos acabaram levando à ‘Desarmonização Facial’ para tentar reverter os resultados das intervenções que não tiveram um bom resultado. Daqui a pouco, a própria pessoa não vai se reconhecer”.
Do jornalista Dacio Malta, em 29 de junho, sobre a morte do amigo Artur Xexéo (1951-2021): “Falar que sua morte deixa um vazio, parece lugar comum. Mas é super super verdadeiro. Quero ver os seus patrões encontrarem, agora, outra enciclopédia musical, cinematográfica, teatral e tudo que é forma de arte que Xexéo esgrimava com tanta competência. Perdemos todos”.
De Claudia Lisboa, mestra em Astrologia e escritora, sobre os dias atuais (01/07/2021): “É preciso nos posicionarmos contra as ações que destroem nossa dignidade diante da vida e da morte. A banalização de ambas nos torna seres amorfos e fadados ao derretimento e ao sangramento de nossas almas. O Brasil está derretendo e, com ele, as nossas forças que insistem em não morrer. O meu grito hoje é que insistamos na nossa potência de viver — com amor e dignidade!”.
Do empresário Gustavo Filgueiras, dono do hotel Emiliano, inaugurado em Copacabana há cinco anos, sobre a retomada do turismo (28/07/2021): “Nunca estive tão otimista em relação ao futuro da cidade. A imagem do Rio melhorou muito e está reverberando de forma positiva no Brasil e no exterior. Em breve, os estrangeiros estarão de volta, a exemplo da recente abertura da França para aqueles que estão com as doses completas da vacina”.
Do historiador Ricardo Cravo Albin sobre o desempenho dos esportistas brasileiros nas Olimpíadas de Tóquio (05/08/2021): “Nossos atletas chegaram ao Olimpo mais por esforço próprio que por apoio do país que os festeja”.
De Daniel Soranz, secretário de Saúde, sobre o anúncio do Ministério da Saúde sobre a aplicação de vacinas para reforço a partir de 15 de setembro (27/08/2021): “Novamente e felizmente, o Ministério da Saúde está acompanhando a decisão da Prefeitura do Rio. Mesmo recebendo muitas críticas, estamos no caminho certo. Se não fosse a coragem de Eduardo Paes, estaríamos em uma situação ainda mais difícil”.
De Eduardo Affonso, colaborador da coluna aos domingos, sobre a OMS considerar “promíscua” a pessoa que tenha mais de três parceiros sexuais ao longo de um ano (19/09?2021): “A OMS pode entender de muita coisa — até mesmo de saúde — mas em termos de sexo, precisa urgentemente se atualizar com os relatórios Kinsey (1948), Masters & Johnson (1966) e Hite (1976). Baixar o Tinder, se inscrever no Ashley Madison, assistir a ‘De férias com o ex’ ou conversar com os filhos adolescentes”.
Da pneumologista Margareth Dalcolmo sobre a intenção da Prefeitura de flexibilizar o uso de máscaras (05/10/2021): “Não poderemos deixar de usar máscaras em ambientes fechados. Temos de pensar nesse tipo de comportamento pelo próximo ano todo ainda.”
Do jornalista Vagner Fernandes sobre o comportamento despreocupado da maioria dos brasileiros com a pandemia (27/10/2021): “Não haverá novo normal porque a urgência em retomar a felicidade suprema pré-covid se sobrepõe à necessidade de compartilharmos o luto com as mais de 600 mil famílias que perderam os seus entes queridos”.
Do jornalista Mário Mendes, em 29 de outubro, em texto para a coluna sobre o novelista Gilberto Braga (1945-2021): “Ninguém escrevia uma dondoca da Vieira Souto como Gilberto Braga — com boas doses do brega suburbano e outra da malandragem dos morros. Como definiu minha amiga Elza Barroso: ‘Champagne & sarjeta’”.
Do advogado Helinho Saboya sobre as críticas às posses de Gilberto Gil e Fernanda Montenegro na ABL ( 16/11/2021): “Absurdo dos absurdos é cogitar que a eleição de Gilberto Gil e de Fernanda Montenegro seja uma jogada da Academia para se manter em evidência. Não bastassem os eventos e as palestras que promove, a frequência com que a imprensa noticia os obituários dos imortais já cumpre essa função midiática. ABL não significa Academia Brasileira de Livros, mas de letras”.
De Luiz Guilherme Niemeyer, sócio da produtora Bonus Track e do Teatro XP, sobre a retomada dos eventos no Rio (22/12/2021): “É uma demanda reprimida; as pessoas não viam a hora de sair, encontrar os amigos e se divertirem. Mas eu diria que o setor de entretenimento ainda está sendo impactado porque existe um cenário de incertezas”,
Do humorista Hélio de la Peña sobre o espírito natalino (25/12/2021): “Algumas coisas foram bem diferentes nesse Natal. Desta vez, Papai Noel pirou com as cartinhas. Em vez de bola, carrinho ou boneca, as crianças pediram mesmo é vacina!”