O Ano Novo pode representar muita coisa boa para os humanos, mas os bichinhos sofrem com o agito da festa, principalmente, com o vilão, os fogos. A coluna conversou com o veterinário Rômulo Braga, do CRV Imagem (Centro de Referência Veterinária), com unidades na Barra e Copacabana, para saber se existe alguma forma de diminuir o estresse. “Sim! Existem vários artifícios e ferramentas que podem ajudar, mas, em geral, sozinhas não são tão eficazes. Fones de cancelamento ou bloqueadores de ruído próprio para cães (parecem aqueles fones de cabeça usados em stands de tiro com arma de fogo) são muito eficazes. No caso dos coletes, apenas os que são desenvolvidos para esse propósito têm efeito calmante, como o ‘thunder shirt’, mas precisam ser associados a outros métodos. Usar um pedaço de tecido improvisado não é eficaz”, diz ele.
Outra dica é a técnica do “ruído branco”, que une sons de diferentes frequências em uma só combinação, como o chiado da TV, o rádio e o barulho do ventilador, pois são sons constantes e conseguem “mascarar” ruídos externos. “Essa técnica ajuda, assim como manter os animais num ambiente ‘à prova de som’, mas é bom lembrar que cães e gatos têm a audição muito mais sensível que a nossa e, em geral, já estão muito sensibilizados e traumatizados por esses sons. O ideal é utilizar todas as técnicas em conjunto para ter maior sucesso”, ensina.
Dicas para manter seu pet relativamente confortável enquanto você se acaba nas borbulhas e tenta um bom ângulo dos fogos:
— tanto pra cães, quanto para gatos, o ambiente deve ser previamente preparado para que eles se sintam seguros e que não haja o risco de acidentes, como fugas, quedas de varandas, atropelamentos, empalamentos (perfurações do corpo) ou entalamentos (comum em animais que sobem muros e pulam de alturas, e entram desesperados embaixo da cama, armário, basculantes e outros locais apertados buscando abrigo). Os animais devem ser colocados nesses ambientes com muitas horas de antecedência do evento, para que eles se acostumem e também pra que não fujam logo, antes dos fogos;
— remédios recomendados por veterinários especializados, contanto que o paciente não tenha problemas de coração, rins e outros, podem ajudar;
— para evitar fuga, o ideal é o planejamento antecipado já que, em alguns casos, é possível, inclusive, fazer os treinamentos de dessensibilização aos sons (como fogos e trovões) com adestramento orientado e gravações — mas uma abordagem profissional é fundamental. Não recomendo fazer por conta própria — normalmente, isso leva alguns meses e costuma ter efeito para o resto da vida.