São recadinhos em forma de homenagem a três figuras queridas que, por motivos diversos, foram noticiados durante o fim de ano.
1 — O primeiro é uma lágrima para Paulo Fernando Marcondes Ferraz. De fato, o gentleman Paulo foi dos amigos mais generosos que colecionei entre minhas devoções pessoais. PF era exemplar em se solidarizar com as pessoas a quem ele queria bem. Como todas as instituições de cultura sempre estão carentes, convidei meu amigo para conselheiro do nosso Instituto Cultural da Urca. Ele bolou um plano de arrecadação engenhoso de ajuda — deu certo. Paulo era um sentimental, de coração aberto, capaz de verter lágrimas ao falar de JK ou ao narrar, com indignação, a falência da Panair do Brasil.
2 — O dramaturgo e ator Sérgio Fonta acaba de ser eleito para a presidência da minha estimada Academia Carioca de Letras, da qual sou presidente de honra. E substituiu o poeta Cláudio Murilo Leal, outro fraterno amigo desde os tempos em que dirigiu o MIS, nos anos 80.
3 — Minha terceira homenagem vai para Merval Pereira, que foi eleito para presidir a Academia Brasileira de Letras. Tendo a companhia luxuosa de Nélida Piñon como vice, Merval está presente na aferição diária da conturbada vida política destes tempos nebulosos. Além de desenvolver ideias políticas com as quais geralmente estou de acordo, ele me parece representar, na ABL, a grande figura do estilista Carlos Castello Branco, o meu amigo Castelinho. Acresce minha admiração devotada a ele por ser uma voz quase isolada e corajosa a dar a importância devida a Sérgio Moro, um considerado herói nacional, transformado em vilão trágico em um abrir-fechar de olhos.