A Secretaria Municipal de Cidadania apresentou uma denúncia-crime à Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) contra o cantor Latino, que, durante entrevista para o “Flow Podcast”, no dia 14 de abril, acusou adeptos de religiões de matriz africana pela morte de seu macaco de estimação. “Nessa parada de centro espírita, nesse bagulho de macumba, os caras fazem trabalhos pesados pra infernizar a vida do outro. E aí fizeram um trabalho pra mim e o macaco foi no meu lugar, sei lá, de ebó… Sei lá que porra que chama essa merda de ‘macumbaria’. Quem conhece o mundo espiritual pode dizer melhor”, disse Latino.
Para Átila Nunes, secretário municipal de Cidadania, a declaração do artista é uma clara violação à liberdade religiosa: ”É lamentável que uma pessoa pública use o seu espaço na mídia para propagar uma mensagem preconceituosa e que contribui para alimentar a intolerância contra as religiões de matriz africana. Não podemos ignorar o que aconteceu ou normalizar uma ofensa à crença do próximo.” O macaco Twelves morreu atropelado em 2018, aos 5 anos, depois de fugir da casa de Latino na Barra.
Intolerância religiosa é crime, e o Código Penal estabelece, no artigo 208, aplicação de multa e prisão de um mês a um ano. O caso já está sendo investigado pela polícia.