Desde essa quinta-feira (21/01), a água da Cedae volta a ser o assunto, depois de a água chegar bem comprometida (gosto e cheiro ruins) a 24 bairros. Segundo a fornecedora, foram encontradas algas na lagoa próxima à Estação de Tratamento (ETA) do Guandu, destacando três fatores: “Água parada, presença de nutrientes e luz solar. O fenômeno ocorre com maior frequência no verão, exigindo medidas preventivas para manutenção da qualidade da água que sai das estações de tratamento.”
O biólogo Mario Moscatelli, no entanto, um descrente das desculpas da Cedae, fez um sobrevoo nessa quinta (21/01), com apoio do Instituto Trata Brasil, para avaliar o tamanho do estrago. “Passado um ano da primeira crise, nada, absolutamente nada mudou, e isso vem desde 1999; aliás, mudou para pior. Nenhuma intervenção prometida foi efetuada na região, para blindar o ponto de captação da estação de tratamento de água do Guandu. Simplesmente foi empurrado com a barriga, o padrão Cedae de ser. As causas são as mesmas: esgotos doméstico e industrial despejados pelos rios Ipiranga, Poços e Queimados nas lagoas que se misturam às águas do Guandu”, afirma Mario.
Não satisfeito e sempre atento, o biólogo tem algumas perguntas à Cedae: “Há esgotos doméstico e industrial nas águas no ponto de captação, e a estação foi criada para tratar água. Como é que ela consegue tratar o esgoto? Quando a Cedae vai meter a mão no bolso e custear as obras necessárias? O atual presidente, da mesma forma que o anterior, fala em mais seis meses para as obras começarem. Já vi tudo. Mais um provável ano sem ação alguma”.
A propósito, a produção na estação do Guandu foi suspensa por 10 horas. Segundo a Cedae, “foi adotado o protocolo operacional definido no plano de contingência do Guandu, operando as barragens da captação e paralisando a ETA por algumas horas na noite passada, de maneira preventiva”, e pediu aos usuários que economizem água para não faltar: “Clientes que possuam sistemas de reserva usem água de forma equilibrada e adiem tarefas não essenciais que exijam grande consumo.”