O biólogo Mario Moscatelli, colaborador da coluna, volta a abrir os olhos de cariocas e turistas para evitar o trecho entre o quebra-mar e a praia do Pepê, na Barra, nesta terça (29/12) e nos próximos dias, depois de constatar o grande escoamento de cianobactérias.
O fenômeno é provocado pelo esgoto lançado ao mar, que serve de alimento para as cianobactérias, que provocam uma coloração verde-abacate na água. Segundo Mario, a situação é recorrente desde 1999, por causa do crescimento urbano desordenado e pela falta de saneamento universalizado. “Mas quase ninguém leva a sério, e as placas alertando para o perigo ainda não foram instaladas pelos órgãos responsáveis”, diz Mario, que preparou um documento e enviou ao Ministério Público Estadual no início do mês, pedindo providências, “nem que seja para o mínimo, que é a colocação de placas informando sobre o perigo ao entrar em contato com aquela água contaminada, em que até crianças ficam expostas”.
Ainda no início do mês, o Grupo de Trabalho em Meio Ambiente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Secretaria Regional da SBPC no Rio (SBPC-RJ) enviaram carta às autoridades municipais e estaduais do Rio pedindo providências com relação à poluição do Complexo Lagunar da Baixada de Jacarepaguá (CLBJ).
O texto cita um estudo da Fiocruz, em colaboração com o ativista ambiental Mario Moscatelli, mostrando que a extensão da mancha verde de cianobactérias que saem do canal, principalmente durante períodos de maré extremamente baixa, pode entender-se por vários quilômetros na praia da Barra e, até mesmo, para ilhas próximas. O documento informa ainda que, em outubro, outro documento enviado por Moscatelli aos secretários de Meio Ambiente do Estado e do Município do Rio apontou algumas medidas de urgência, mas que, apesar da situação emergencial, nenhuma das medidas sugeridas foi implementada até agora.
O vídeo do piloto Adonis Lopes: