Voltei a sair. E vou explicar meu caminho até aqui, já que estou apenas seguindo o que o governo liberou; respeitei todas as fases. Quando o isolamento social foi decretado pelo estado, dia 16 de março, segui à risca. Estava com o New Fashion Hug, meu coletivo de moda, agendado e com mudança marcada para a casa nova, ambos para o mês de abril. Tudo foi adiado por mim; nem delivery eu pedia. Com um mês e meio de isolamento, comecei a pedir comida no único intuito de ajudar três amigas chefs, já que amo cozinhar.
E entrei como voluntária no Projeto Sem Fome, do meu amigo, o investidor, André Simōes, que entrega 200 quentinhas no Centro, todos os dias. Estava me sentindo muito inútil já que eventos no Rio estão suspensos. Parei de ir quando veio o pico, e pediram que nāo saíssemos de casa, de jeito nenhum, só retornando quando o pico começasse a descer. Decidi que iria ter contato com a natureza em algum lugar escondidinho. Foi quando minha comadre Tati Trinxet (gestora de projetos) me chamou para a Cachoeira dos Primatas, no Horto. Me apaixonei e fiz disso uma rotina semanal.
Outro bem que me fez, e que posso dizer que, junto com a ‘Família de Luz’ que a comunicadora Lívia de Bueno me ajudou a identificar através de suas lives geniais, foram determinantes para que eu passasse muito bem obrigada esta quarentena! O tempo e a desaceleraçāo da mente, que o isolamento me proporcionou, fizeram com que eu mergulhasse internamente e me transformasse por inteira.
Marquei minha mudança de endereço para julho, muito sensatamente, e hoje já estou instalada numa casinha incrível, torcendo que tudo melhore mais, para que os eventos retornem. Agora, de meados de julho pra cá, como disse acima, comecei a sair; já estou me permitindo ir a lugares abertos para confraternizar com amigos. O Barthô, quiosque da Orla de Sāo Conrado, virou meu point preferido pela beleza e alta qualidade da música, comida, bebida e frequência. O Braseiro, na Gávea, extensāo na minha rua, também.
Pequenos almoços, de até 10 pessoas, na minha casa ou na casa de amigos têm acontecido — tudo com muita responsabilidade, claro: sempre com máscara, álcool em gel, sem beijos ou abraços! E, obviamente, não vou a lugares fechados ou aglomerados, que não sou louca. O povo já está na rua, todo mundo se encontrando. Acho que é preciso ter compaixão por quem está agindo assim e com menos julgamentos. Todo mundo quer viver! Essa é a vida até a vacina surgir!
Isabela Menezes é relações-públicas e produtora de eventos, CEO da IM Eventos, New Fashion Hug (coletivo de moda) e Hug Shop (recommerce).