A vida de “Bacurau”, ao contrário da de muitos brasileiros, vai muito bem. O longa foi ganhador de oito prêmios, anunciados nessa quarta (01/07), pela 25ª edição do Prêmio Guarani de Cinema Brasileiro — melhor filme, direção, ator coadjuvante (Silvero Pereira), roteiro original, elenco, montagem, som e trilha sonora. O filme, dirigido por Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, liderava as indicações em 15 categorias, um recorde na história do Guarani e também para Mendonça, o recordista entre os diretores, o único vencedor de três Guaranis, todos na mesma década. Ao todo, 110 jornalistas, críticos, professores e pesquisadores do País votaram em suas escolhas durante todo o mês de junho. “Agradecemos aos críticos que votaram nesta, que deve ser a última grande safra de Cinema Brasileiro, até que o audiovisual no País volte a ser tratado com respeito e inteligência. Obrigado!”, disse Kleber.
Considerada a mais ampla e maior premiação da crítica de cinema no Brasil, concorriam 26 longas nacionais de 2019, além de cinco produções estrangeiras e 13 curtas. Criado por Robledo Milani, editor do “Papo de Cinema”, o Guarani começou com uma paixão entre amigos, “quando aconteceu a retomada do cinema brasileiro e surgiram ‘Carlota Joaquina, Princesa do Brazil’, de Carla Camurati, que levou mais de um milhão de espectadores; e ‘O Quatrilho’, de Fábio Barreto, que foi indicado ao Oscar. Então, começou essa efervescência, que motivou nosso grupo de amigos”. Entre os concorrentes, também estavam “A Vida Invisível”, com 13 indicações, ganhando seis delas — Fernanda Montenegro ganhou como melhor atriz coadjuvante e Júlia Stockler, como revelação; “Inferninho” e “Temporada”, ambos com oito; “No Coração do Mundo”, com sete.