O anúncio da Casa de Saúde São José, no Humaitá, nesta segunda (01/06), de que vai encerrar as atividades da maternidade a partir de 1º de agosto, trouxe tristeza para muitos médicos. “A instituição encerra um ciclo de 36 anos de atividades prestadas nessa área. O fechamento da maternidade implica também o encerramento da UTI Neonatal e da Emergência Obstétrica. Os serviços continuarão funcionando por este período de mais dois meses para que todos os pacientes sejam assistidos”, diz o comunicado.
O hospital é um dos mais tradicionais do Rio, fundado há 97 anos e mantido pela Associação Congregação de Santa Catarina. “A CSSJ se orgulha por ter feito parte da história de tantas famílias cariocas e seguirá de portas abertas para atendê-las nos diversos serviços e especialidades”, finaliza a nota, sem maiores explicações.
Procurado, o obstetra Carlos Dale, grande nome carioca nessa área, comenta: “O que traz renda a um hospital é o centro cirúrgico e a UTI. Nenhuma maternidade dá lucro, dá até prejuízo; 99% dos meus partos são na São José, que, junto à Perinatal, formam as duas principais com esse atendimento no Rio. Tem também a Santa Lúcia, mas bem mais devagar. A Perinatal, Laranjeiras e Barra, pelo movimento grande, compensa: se tem grande número de partos, aumentam os prematuros, e as complicações vão para a UTI. Com tratamentos de fertilização, aparecem muitos gêmeos e trigêmeos, que também precisam de tratamento intensivo”. E completa: “Nós, médicos, ficamos arrasados com essa notícia da São José, mas, tenho esperança de que seja revertido — o Conselho Regional de Medicina pode não concordar”.