Depois da exoneração de Roberto Alvim, a Secretaria Especial da Cultura resolveu retirar das redes sociais e site oficial o vídeo de divulgação do Prêmio Nacional das Artes, nesta sexta (17/01). “Em respeito a todos os cidadãos que se sentiram ofendidos com o conteúdo gravado pelo ex-secretário Roberto Alvim”, diz o comunicado. Como sabido, Alvim fez um discurso parafraseando o ministro nazista Joseph Goebbels.
O vídeo está fora do ar, mas teve repercussão internacional. De acordo com o “The New York Times”, a reação às falas do secretário foi mais “um debate sobre liberdade de expressão e cultura na era Bolsonaro. Críticos dizem que ele e seus aliados estão abordando, de forma dogmática, as artes, o sistema público de educação e os direitos sexuais e reprodutivos”. O “Washington Post” citou Alvim como “um dos maiores militantes da guerra cultural no governo Bolsonaro. De novo, foram levantadas perguntas sobre as tendências autoritárias de um governo cujos principais dirigirentes alardearam a ideia de rescindir direitos, criticaram a democracia, lamentaram o colapso da ditadura militar e ameaçaram a imprensa”.
O jornal britânico “The Guardian” mencionou o silêncio de Jair Bolsonaro nas redes: “Normalmente tuiteiros espontâneos, o presidente admirador de Trump e seus filhos políticos ainda não comentaram o assunto. Ao invés disso, Bolsonaro publicou um vídeo de si mesmo num jet-ski, sendo recebido por fãs”.