Aquilo que pode ser um desgosto para Marcelo Crivella, além de desenho de beijo gay, tem chance de acontecer. Segundo Cláudio Prado de Mello, diretor do Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac), o carnaval pode ser registrado como patrimônio imaterial, como dito em audiência pública no Palácio Tiradentes, na Alerj, nesta segunda (16/09). Embora exista há 40 anos, o instituto não tem registro de nenhum patrimônio imaterial do estado. “Estamos trabalhando nas questões burocráticas, como a criação de uma comissão estadual de patrimônio imaterial e, em breve, o carnaval poderá ser o primeiro bem a ser registrado no Inepac”, disse Cláudio.
Atualmente, sete manifestações culturais são assim consideradas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan): as matrizes do samba; a Festa do Divino, em Paraty; o Jongo; a roda e o mestre de capoeira; as baianas do acarajé e o último a integrar a lista, a literatura de cordel. “Entre o registo e o tombamento, há uma grande diferença. Os coletivos nos procuram para o registo; já o tombamento é feito pelo governo. Hoje temos uma lista nacional de espera porque vivemos num país que tem uma diversidade cultural imensa, então tem um trabalho nacional muito grande”, explicou Mônica da Costa, superintendente do Iphan.