Depois de temporada ótima em São Paulo, no ano passado, “Estado de Sítio”, peça de Albert Camus, dirigida por Gabriel Villela, estreou no Teatro SESC Ginástico, no Centro, nessa quinta (04/07). Foram elogios do início ao fim, tanto às atuações do elenco, quanto aos figurinos criados pelo próprio Villela — como sempre faz em suas peças —, em tons de preto, branco e cinza, muito inspirados nas pinturas negras de Francisco de Goya, complementados pela maquiagem de Claudinei Hidalgo.
A trama é uma fábula sobre o totalitarismo, com elementos da natureza que trazem e levam mazelas, uma alegoria das ditaduras na Europa depois da Primeira Guerra Mundial. No entanto, os fatos descritos em 1948 pelo autor bem poderiam remeter a tempos recentes. Segundo Villela, “a riqueza dramatúrgica de Camus não se limita a um contexto histórico específico nem a um campo político delimitado — é um mosaico de teatralidades que nos lembra que a liberdade exige esforço coletivo e contínuo.”
No palco, a Peste (papel de Elias Andreato) chega à cidade espanhola de Cádis, acompanhada da sua secretária, a Morte (Cláudio Fontana), e logo toma o governo do local, instaurando um regime tirânico, que cria terror e suprime a liberdade. Ela só é afrontada pelo jovem Diego (Pedro Inoue), que lidera uma rebelião contra a ditadura. A plateia também esteve ótima: Marcos Caruso, Camila Morgado, Eriberto Leão, Sérgio Marone e outros. Dá uma olhada nas fotos de Cristina Granato.