Nizan Guanaes era um dos mais empolgados com o almoço de visitação ao Convento de Santo Antônio, no Largo da Carioca, na tarde desta segunda-feira. O publicitário, presidente do Grupo ABC, à frente da restauração do espaço de 6 mil metros quadrados (em 2008, ele arrecadou R$ 20 milhões entre amigos e empresários para começar a obra), deve ter feito uns 10 discursos. A todo o momento, falava da grande felicidade de abrir publicamente um patrimônio histórico de 402 anos – segundo Ana Lúcia Pimentel, coordenadora do projeto, a mesa franciscana no claustro, onde aconteceu o evento, foi a mesma onde D. Pedro assinou o manifesto do “Dia do Fico”, entre tantas obras desconhecidas pelos cariocas. Uma das atrações mais esperadas, no entanto, é a iluminação de Maneco Quinderé, que está desenvolvendo novas tecnologias para não alterar ou desgastar quaisquer obra ou parte estrutural do prédio. Porém os mais ansiosos pelo término da restauração – por enquanto, 1/3 do total foi feito – são os 14 padres que moram lá. Depois de elogiar o trabalho de Quinderé, foi a vez de fazer o mesmo com o professor Milton Teixeira: “Acredito muito em amor à primeira vista, só entre homens”, disse o publicitário, em tom de brincadeira, demonstrando o quanto está gostando de seu trabalho. Finalmente, aparece no telão a foto de uma aranha (tipo raro), devidamente catalogada. Não se chegou à conclusão se o bicho tem mais ou menos de 400 anos.