O carioca Ennio Torresan, que trabalha nos EUA há mais de 25 anos, foi cúmplice na fuga de quatro animais (um leão, uma girafa, um hipopótamo e uma zebra) de um zoológico de Nova York, em 2005 (“Madagascar”). Desde então, nunca mais parou de receber ligações, digamos, escusas com outros seres animados — em “Megamente”, “Kung Fu Panda” e “Bee Movie – a história de uma abelha”. Agora, ele volta ao Rio para fazer uma palestra gratuita com o tema “A Narrativa Visual e seus Processos de Criação”, parte da mostra “Dreamworks Animation: A Exposição – Uma Jornada do esboço à tela”, no CCBB, no próximo dia 27, às 18h30, falando sobre o que conhece muito bem — é diretor do Departamento de História do Estúdio DreamWorks, de Los Angeles. O encontro abordará temas como elaboração de storyboards a partir de roteiros, exemplos de filmes e conselhos para quem deseja seguir carreira no mundo da animação.
Versátil, o animador ocupa uma das posições mais complexas de produção de um longa, já que se exigem conhecimento de dramaturgia, câmera, iluminação e efeitos especiais. “É uma honra, um prazer e um privilégio. São 25 anos de estúdio, maravilhosamente exibidos numa mostra muito bem bolada. Tem personagens dos filmes e projetos que ajudei a criar, e quase uma vida inteira concentrada em alguns metros de pura emoção. É mesmo muito emocionante assistir a isso tudo que foi feito de tão longe daqui, sendo exposto na cidade onde nasci”, diz Ennio à coluna. Ele é formado em Pintura na Escola de Belas Artes da UFRJ e fez um curso de animação na Casa de Cultura Laura Alvim, em 1986, onde dirigiu um curta, “A porta”. A propósito, a exposição é um sucesso: já levou 373 mil pessoas em 34 dias em cartaz no CCBB até dia 15 de abril.