Na época de modelo, entre 18 e 20 anos, quando chegou a trabalhar para Yves Saint Laurent e Paco Rabanne, Luana Génot ficou incomodada com a diferença de cachês com as colegas brancas. Hoje, aos 30 anos, ela é presidente do Instituto Identidades do Brasil e uma das vozes mais atuantes do país na luta pela igualdade racial nas empresas e lançou “Sim à Igualdade Racial — raça e mercado de trabalho” (Pallas Editora), na Travessa do Shopping Leblon, nessa quinta-feira (21/03).
A publicação é resultado de reflexões, conceitos e estatísticas com 16 depoimentos sobre a questão da “raça” em trajetórias pessoais e profissionais. Vários citados passaram por lá para participar de um debate que rolou antes dos autógrafos, com auditório lotado, mediado pela jornalista Flávia Oliveira, uma das personagens. “Foram três anos de muito trabalho e destaco o depoimento da Flávia, que, por ser negra, apesar de todo o seu potencial e formação acadêmica, demorou muito para se tornar a consagrada jornalista que é”, diz Luana.
Entre uma pergunta e outra em conversa com o público, quem pegou o microfone foi a única dermatologista especialista em pele negra no Brasil, Katleen da Cruz Conceição: “Cada vez que o meu nome é publicado na imprensa, sou atacada nas redes sociais”, disse, abrindo uma polêmica discussão. No mais, o vaivém foi intenso.