No que depender da empolgação dos atores da próxima novela das seis da TV Globo, “Órfãos da Terra”, os espectadores vão passar a ver com outros olhos a realidade de um assunto tão comentado ultimamente: os refugiados. Nessa quinta-feira (14/03), elenco e equipe dirigidos por André Câmara reuniram-se no Clube Monte Líbano, uma espécie de embaixada cultural libanesa do Rio, na Lagoa, para a festa de lançamento.
Era o mesmo dia de um ano do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, lembrado pelas autoras Thelma Guedes e Duca Rachid, que fizeram um pedido de justiça pela vereadora minutos antes do início da exibição das cenas num telão. Alice Wegmann – conhecida pela militância geral – usava um broche com a frase “Lute como Marielle Franco”. No entanto, imersa na personagem Dalila, inspirada na blogueira muçulmana Dina Torkia – uma jovem mimada, cheia de vontades e acostumada a ter todos os seus desejos atendidos pelo pai, o poderoso sheik Aziz Abdallah (Herson Capri) -, ela comentou sobre a diferença cultural entre a Síria e o Brasil: “Não adianta apontar o dedo para outro país, comparar culturas e criticar que as mulheres não podem isso ou aquilo, porque aqui, muitas vezes, as mulheres também não podem. O machismo tem que ser combatido em todos os lugares.”
Perguntado sobre os riscos de abordar um tema polêmico, o diretor artístico Gustavo Fernández explicou que a história possibilita ao brasileiro conhecer e perceber como a vinda de outras culturas torna o país mais interessante e diversificado. Essa cultura foi supernotada pelos convidados, nos mais de 10 estandes nos salões, com comidinhas, doces, bebidas, artes e até tatuagem feita pela própria equipe de caracterização da trama. Só não saiu um autêntico sírio quem não quis!
Por Vinicius Arouca