Nelson Sargento quase chorou durante a comemoração de 90 anos da Mangueira, nesse sábado (28/04), na quadra da escola. A história do autor do samba “Agoniza mas não morre” se confunde com a própria verde e rosa – desde os 12 anos convivendo com sambistas como Cartola e Nelson Cavaquinho. Aos 93, Sargento teve uma surpresa do presidente da escola, Chiquinho da Mangueira – depois da feijoada e entre os shows, ele foi chamado para inaugurar uma placa em sua homenagem eternizada na parede ao lado de Cartola, Jamelão e das fotos de Dona Zica e Dona Neuma. “Digno da mais alta patente do samba. Entre obras imortais, em sua poesia profetizou que o samba agoniza, mas não morre. Orgulho da Nação Verde e Rosa!”, diz a inscrição. Nelson praticamente perdeu o fôlego. “É um dos reconhecimentos mais significativos da minha vida. Essa atual gestão da escola (Chiquinho e o carnavalesco Leandro Vieira) está atenta às raízes e isso me deixa muito feliz e lúcido – tenho a palavra de São Pedro que vou estar assim pelo menos até 2030”, diz Sargento depois de recuperado do “susto”.
A festa começou cedo, com queima de fogos, hasteamento das bandeiras do Brasil e da escola ao som do Hino Nacional e do Hino da Mangueira, lavagem da quadra com água de cheiro, no ritmo dos atabaques e cantigas em saudação aos ancestrais fundadores da escola querida por tantos, 19 vezes campeã do carnaval carioca. Depois começou a feijoada com vários shows: Alcione, Beth Carvalho, Tantinho da Mangueira, Roberta Sá, o grupo Dose Certa, Marquinho China, Zé Luiz do Império e as velhas guardas da Portela, Vila Isabel e do Salgueiro. E, por fim, entrou a bateria da verde e rosa sob o comando do Mestre Wesley, além da apresentação do novo intérprete Marquinho Art’Samba.