Pouco dá para ser lembrada a Nazaré Tedesco, de “Senhora do Destino” – a vilã que marcou gerações na telinha por ser preconceituosa, imoral e violenta –, ao assistir à Renata Sorrah na peça “Preto”, que estreou nessa quarta-feira (11/01), no CCBB Rio. O espetáculo, da Cia. Brasileira de Teatro, não poderia ser, digamos, em melhor momento de ativismo no país e no mundo. “É um tema importante e propõe um diálogo sobre as diferenças, o racismo. É muito triste ver este momento de retrocesso, não só no Brasil, mas no mundo. Existe uma ‘simpatia’ pelo moralismo, que eu não acho bacana, porque a arte é livre”, diz Sorrah, que divide o palco com cinco atores. As cenas que investigam o racismo, a condição do negro no país e as situações de preconceito e afirmação das diferenças também entraram em cartaz dias depois do discurso emocionante da apresentadora americana Oprah Winfrey, que mobilizou milhares de pessoas. Oprah foi a primeira negra a ganhar o prêmio honorário Cecil B. DeMille do Globo de Ouro. A peça, sob a direção de Márcio Abreu, fica em cartaz até dia 21 de janeiro.