Assim que você assistir ao emocionante documentário “João de Deus – O silêncio é uma prece”, do diretor Candé Salles, com roteiro de Edna Gomes, você perceberá que é muito mais do que isso. O médium João de Deus e ‘a casa’ de Abadiânia reúnem cerca de 200 pessoas (sem mencionar os fiéis voluntários), todos de branco, que permanecem de olhos fechados meditando, orando e emanando energia para o médium à serviço da cura através de todas as entidades que ele incorpora. A paz e a sensação de amor são indescritíveis e recomendo a todos (não, você não precisa estar doente para ir lá) com permanência de pelo menos três dias nesse templo de luz.
Todos os dias as filas somam até mil pessoas. Seu João, como todos carinhosamente o chamam, não termina até as últimas sessões, tamanha generosidade e incomparável trabalho de entrega. Nunca o vi deixar ninguém sem atendimento. Cirurgias espirituais em grupo, individuais, com ou sem corte e prescrições de algum tratamento que possa ajudar a nós, meros mortais em total e constante aprendizado, a sermos mais felizes curando doenças que, na grande maioria, antes de chegarem ao corpo físico, têm suas causas no campo espiritual.
A visita à casa, aberta em 1979 (local indicado por Chico Xavier em uma de suas psicografias), é totalmente gratuita e mundialmente conhecida por aliviar a dor e o sofrimento. Como diz Luciana, uma das voluntárias, “é um trabalho de muito desgaste físico, emocional e mental”. Outro voluntário, Norberto, também diz que “aqui não se curam doenças, e sim a causa das doenças, que são espirituais”.
Pessoalmente, eu soube do lugar quando ainda morava na Europa, por uma espanhola, amiga da minha sogra. Anos se passaram e já retornei cinco vezes, mas pretendo voltar sempre que puder. Uma vez uma entidade pediu que eu sentasse a seu lado e pude ver, de muito perto, o atendimento. Posso garantir que sou grata por cada minuto que lá estive.
Você deve estar se perguntando, por que uma chef de cozinha fala sobre espiritualidade? Meu único argumento – melhor fundamentado no meu livro “Você pode ser mais feliz comendo” – é que alimento é muito mais do que o colocamos em nossos copos e pratos. O menu envolve nossas relações, emoções e pensamentos que ‘alimentamos’, meditações, práticas espirituais e tantas outras. Acredito e criei o termo ‘Gastronomia Integrativa’, pois somos todos seres divinos e únicos e, desta forma, merecemos nos cuidar por inteiro. Você não acha?
Como diz o senhor João para a câmera: “Eu não curo ninguém, quem cura é Deus. Sou meramente um instrumento nas mãos divinas. Deus, em sua infinita bondade e compaixão, permite que espíritos de luz concedam a vocês – meus irmãos e irmãs – cura e conforto”.
Drops informativos:
Candé Salles também dirigiu e ganhou o prêmio de melhor filme do Festival Mix Brasil de São Paulo com o longa “Para Sempre Teu, Caio F”, sobre a vida do escritor gaúcho Caio Fernando Abreu, além de curtas como “Paulinho da Viola” e outros sobre o Carnaval de Rua no Rio. O filme sobre João de Deus foi lançado, com sala cheia e enorme sucesso no Festival do Rio e essa semana em Goiânia. Sugiro assistir na telona. Confira!