Mesmo depois de trocar a data quatro vezes por falta de patrocínio, a Parada LGBT de Madureira, com o tema “A união nos une, mas a nossa luta nos fortalece”, vai tomar as ruas do bairro neste domingo (26/11). A expectativa é receber um milhão de pessoas, segundo Loren Alexander, do grupo Grupo Movimento de Gays, Travestis e Transformistas (MGTT), que organiza o evento há 17 anos. “Estou cansada e sem voz, mas vamos para as ruas com lágrimas, suor e luta”, diz ela, que recebeu apoio das empresas privadas Ambev e Uber e ajuda de R$ 40 mil de incentivo fiscal federal através da Lei Rouanet, articulado por André Lazaroni, secretário estadual de Cultura. Da Prefeitura, ela ganhou toda a estrutura necessária, além da isenção do alvará, que daria um total de R$ 125 mil.
Apesar do apoio financeiro, a organização ainda está longe dos R$ 464 mil necessários para a produção; por isso, ela cortou em 50% a verba – de 12 carros, vão sair seis –, mas pensa que Loren reclama do prefeito? Nada. “Marcelo Crivella sempre me recebeu muito bem, me dá beijo, me respeita. Mas as bancas evangélicas acham que nossa causa não é justa. A crise está feia em tudo que é lugar, a gente entende que a melhor coisa é o apoio de iniciativas privadas. Mas peço ao prefeito que olhe mais para nossas causas”, diz Lori.
Todos os artistas que vão participar do evento abriram mão do cachê: Ludmilla, Lexa, a drag queen Deena Love, que participou do “The Voice” e vai cantar o hino nacional, além dos padrinhos David Brazil e Viviane Araújo e do “muso” Gominho. A expectativa? “Não somos de açúcar e, se chover, estaremos lindas, belas e com a bandeira do arco-íris, soltas como uma borboleta”. Para 2018, a Parada de Madureira foi a única que já garantiu a possibilidade de incentivo pelo ISS.