Começa nesta sexta-feira (10/11), a 14ª edição do “MIMO Festival”, no Rio. O maior evento de música gratuito no país vai além dos shows e concertos instrumentais – também leva ao público mostra de cinema e uma programação educacional, com workshops de grandes músicos e fóruns de ideias. Em 14 anos, Lu Araújo, diretora geral e artística, produziu 350 shows e levou 200 exibições de filmes para mais de um milhão de pessoas em cidades históricas do país, como Olinda, Paraty, Tiradentes e Ouro Preto. Mesmo em tempos de crise cultural, Lu tenta lutar contra a maré. “A minha força se redobra diante deste desafio, mas acho importante considerar que o MIMO sempre andou na contramão da crise. Nunca foi fácil realizar um festival deste porte e com uma programação internacional tão intensa e de graça. Acredito que, em momentos economicamente difíceis, a cultura torna-se ainda mais necessária ao bem-estar das pessoas”, diz ela.
É a terceira vez no Rio, ocupando locais como a Igreja da Candelária, Outeiro da Glória, Marina da Glória, Cine Odeon e Museu da República. Entre as atrações, Criolo, Otto, o encontro dos rappers Emicida e Rael com a portuguesa Capicua no projeto “Língua franca”, o cantor e compositor baiano Russo Passapusso, o pianista Benjamim Taubkin, o cineasta e músico Emir Kusturica & The No Smocking Orchestra, da Sérvia; Mali Vieux Farka Touré, que foi considerado pelo jornal inglês “The Guardian” ‘o novo herói da guitarra africana’, entre tantos.
E como consegue fazer uma seleção tão incomum e chamar o publico? “Não cair no lugar comum é uma escolha. Não temos interesse algum em ser apenas mais um festival de música. O que de fato interessa é promover o contato do público com sons reveladores de outras culturas, a que dificilmente o público tem acesso no Brasil. No entanto, a maioria das atrações está bombando nos palcos e festivais do mundo”. O MIMO segue para Olinda entre 17 a 19 de novembro.