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A falta de cuidado com o orgulho do outro, numa relação em que as palavras são desferidas como descarga de uma emoção, como válvula de escape para alguma frustração, é uma das maiores causas de um relacionamento desfeito.
Costumo dizer que o orgulho é o “calcanhar de Aquiles” do ser humano, a parte mais frágil e a causa de quase todos os desentendimentos e guerras.
As mulheres, por sua própria estrutura de sensibilidade, são presas fáceis do ressentimento, pela falta de delicadeza de seus companheiros, consequência de sua estrutura mais insensível.
No decorrer da vida, tornam-se mestras em pequenas e grandes vinganças, visando intimamente a possibilidade de restaurar o equilíbrio da relação e até no sentido de preservá-la.
Uma das armas mais usadas é o sexo.
Por ressentimento, muitas das vezes inconscientemente, o seu desejo diminui e começam as célebres recusas, explícitas ou implícitas, usando de vários artifícios e desculpas: “Hoje não. Estou exausta!”
Ou, depois do jantar, já começa a preparação…”Tive um dia péssimo, estou morrendo de dor de cabeça”.
Ou fica ocupada com as crianças e mil e outros afazeres, não dando chance ao macho desejoso de um minuto sequer à sós… Até que, exausto de esperar, ele adormece frustrado…
No homem, o sexo também é muito usado como instrumento de vingança à falta de atenção de sua mulher, ou à suposição de uma traição. Busca imediatamente a sua reafirmação de macho humilhando-a, ao tomar uma posição de conquistador com outras.
Em muitos casos, a impotência masculina nada mais é que a consequência à um ressentimento mais forte.
Uma imensa quantidade de traições são cometidas em nome do ressentimento, e que visam apenas restaurar o orgulho machucado pelo outro. Começa aí a competição pela vingança, e ganha o que machuca mais…
O antigo amor transformou-se em ódio!
E as doenças? A quantidade de enfermidades incuráveis porque a verdadeira causa não é sequer cogitada.
Quando será que a medicina vai começar a acordar para a realidade de que o corpo não é mais que a manifestação do que se passa no interior?
Aos poucos, o ressentimento (no início um pequeno ponto de ferrugem), além de acidificar o sangue, vai comendo o verdadeiro sentimento até apodrecê-lo e não restar mais nada do que antes pensávamos ser o amor.
Existem casamentos de amor, sim, mas uma quantidade muito maior de casamentos de ódio, alimentados pelo ressentimento, que é apego à dor!