Vivemos tão obcecados com nossa visão empobrecida sobre nós mesmos, que não paramos para observar e constatar que o outro, seguramente, vive o mesmo que nós. Descobri, através do tempo,que a baixa estima ou a auto-invalidação é um sentimento comum a todos nós.
As máscaras de proteção que usamos é que variam em suas cores: a de segurança, do esnobismo, do orgulho, da timidez, da cara fechada, da antipatia, da generosa e tantas outras… Nada mais são do que nuances nos disfarces do sentimento de inferioridade que nos atinge a todos.
E por que isso? Uma doença generalizada que machuca o coração, a alma, o corpo, causando infelicidade e destruição, contaminando a todos independente da criação familiar, religiosa, cultural ou do meio social a que pertencemos…
Recebemos maciçamente, desde que nascemos, informações diretas ou indiretas de que somos pequenos, menores, imperfeitos, culpados, pecadores, etc.! Permanentemente manipulados pelo poder para que ele possa perdurar através da culpa de não correspondermos ao que seria esperado de nós.
Se em casa a mensagem é: “Por que você não é igual à mim (ao seu irmão, ao filho da vizinha, ao fulano)? ; “você é frágil, precisa de mim para te proteger”; “contente-se com o que tem, porque já é mais do que merece”; “eu não tive o que você tem”; “me sacrifiquei a vida inteira por você”… E tantas outras parecidas.
Por sua vez, na religião:” Você pecou!”; “você tem que ser melhor do que é”; “Cristo morreu na cruz para te salvar”; “arrependa-se dos seus desejos!”. E do Estado: ”Você não pagou os impostos como devia”; “aí estão os pobres passando fome”; “rico é ladrão, empresário é explorador”; “divida o que ganhou, com os outros”; “cuidado com a fiscalização…”
E as mensagens subliminares de inferioridade social/cultural: “Somos sub-desenvolvidos”; “pertencemos ao Terceiro Mundo”;”tudo que é estrangeiro é melhor”; “lá sim, eles sabem o que fazem!”; “produto nacional é uma merda!”.
Somos permanentemente bombardeados com milhares de informações que querem nos dizer a mesma coisa: “Você é menos!”. Dessa forma, passamos a vida inteira nos escondendo com medo de que descubram que não somos o que pensam que somos, e sim, muito inferiores ao “outro”! Uma fraude!
O que não imaginamos é que o “outro” está sentindo e fazendo a mesma coisa, ou seja, tentando manter-nos “embaixo” para que possa sentir-se “em cima”. Vítimas do “sistema”, nos relacionamos através das máscaras, sempre representando para o “outro”, tentando convencê-lo de que “também somos”… Estamos fossilizados em nossa inferioridade.
Culpa! De sermos o que somos… E incrivelmente iguais! Esquecidos de nosso potencial, esquecidos de que fomos criados à Semelhança, esquecidos de que somos co-criadores com Deus!