“O Medo a que me refiro não é o sentimento de autopreservação, um instinto natural e imprescindível ao ser humano, mas “medos irreais” e antecipatórios, tais como medo de ficar pobre, de ficar só, medo de não dar certo no futuro, de doenças e de outros.
Observe como quase todos os nossos medos se realizam!
Vivemos num mundo de efeitos onde tudo vibra e está em constante movimento; o mesmo se dá com o pensamento que, aliado à emoção, é a essência da criação da matéria. Aí está o perigo do medo/desejo, que nada mais é que um pensamento, uma crença inconsciente, somada à emoção do medo.
O que se esconde por baixo desses medos? O desejo de que eles se realizem, confirmando que não somos tão perfeitos quanto mostramos ser para o mundo exterior; é o desejo de pagarmos por nossos erros obedecendo à Lei do Equilíbrio.
A mente consciente se satisfaz plenamente com as velhas gravações infantis, que, ao longo do tempo, transformam-se em rígidos sistemas de crença, nunca são questionados.
Para nos libertarmos de nossos medos, é preciso, antes de tudo, descobrir qual é a crença que está sendo ativada (invariavelmente oculta pela emoção do medo), portanto, a responsável por esse desejo negativo.
É sempre bom nos perguntarmos: “Por que preciso viver isso?”, “Por que desejo isso para mim?” Geralmente aparece uma crença de punição. Na verdade, temos uma série delas que seguimos obedientemente, sem perceber…
É muito mais importante sabermos o que estamos desejando inconscientemente do que lutar ou esforçar-nos para realizar os nossos desejos conscientes. Se houver incoerência entre eles, vai se realizar o que tiver mais força!
Fazendo uma analogia, imaginemos um iceberg: o que vemos da montanha de gelo é, na realidade, uma ínfima parte de seu volume ou da verdadeira montanha, que permanece oculta e submersa no oceano totalmente invisível para nós. Na pequena parte visível (que já nos parece imensa), estão os nossos desejos conscientes, infinitamente menores do que os desejos inconscientes localizados na parte submersa.
Esses desejos são frutos do nosso sistema de crenças, geralmente adquiridos na infância, e indelevelmente gravados em nossos neurônios, quase sempre desejos de punição e castigo, com o intuito de reequilibrar as nossas culpas, e que normalmente emergem para o consciente, disfarçados sob a emoção do medo (o disfarce é um mecanismo imprescindível para preservar a insensatez da autopunição, já que o raciocínio lógico a rejeitaria).”