Em 19 anos de televisão, o ator Caco Ciocler tem um currículo e tanto: participou de 16 novelas – a última foi “Boogie Oogie” – fora as minisséries. Nada mal, aliás, para quem tinha preconceito com TV e praticamente foi arrastado para seu primeiro papel: Carlos Alberto (seu nome verdadeiro) estava em cartaz na peça “Píramo e Tisbe”, em São Paulo, em 1995, e foi levado pelo diretor Luiz Fernando Carvalho para interpretar o italiano Jeremias Berdinazzi em “O Rei do Gado”, papel que lhe rendeu o Prêmio APCA de Revelação Masculina.
O paulista de 43 anos, que deixou a faculdade de engenharia na USP já no final do curso para se dedicar ao teatro, enfrentando grande resistência dos pais, também vem fazendo uma carreira de sucesso no cinema e nos palcos, inclusive como diretor – conquistou o Prêmio Quem, em 2010, pela direção da peça “Na Solidão dos Campos de Algodão”. A direção de cinema é, atualmente, uma grande paixão.
Caco está em Paris para acompanhar a exibição do seu primeiro filme, o documentário “Esse viver ninguém me tira”, este domingo (12/04), no Festival de Cinema Brasileiro. No mesmo dia, o mesmo filme vai ter uma sessão especial no FESTin, Festival de Cinema Itinerante da Língua Portuguesa, em Lisboa, Portugal.
Ele acaba de voltar de uma viagem para Nairóibi, no Quênia, onde ficou uma semana conduzindo um projeto com crianças da escola Gatoto, numa das maiores favelas daquele país. “Consegui nove câmeras emprestadas e, junto com meu filho e mais três voluntários – um brasileiro, um argentino e uma espanhola – ensinamos as crianças a usar uma câmera de vídeo e pedimos que filmassem suas vidas e cotidianos”. Desse material, Caco vai fazer seu segundo filme. Na volta ao Brasil, começa a gravar a série “Unidade Básica“, do Universal Channel, na qual vai ser o protagonista – a série vai retratar a realidade da saúde pública brasileira. E, no segundo semestre, Ciocler vai dirigir seu primeiro filme de ficção, baseado no livro “Dias de inferno na Síria”, de Klester Cavalcante. Que vigor, hein?
Como não bastasse o talento intelectual, o ator também é dono de inegável talento físico – não por outra razão, a ex-VJ da MTV, apresentadora e também atriz Luisa Micheletti, sua namorada há dois anos, parece uma mulher sem queixas – se é que vocês me entendem.
UMA LOUCURA: “Viajar de última hora, decidir viajar de última hora e ir. Ter idéias e concretizá-las também é uma das minhas loucuras prediletas”.
UMA ROUBADA: “Estacionamento de shopping”.
UMA IDEIA FIXA: “Trabalhar. Trabalhar. Trabalhar. Pensar. Trabalhar”.
UM PORRE: “O primeiro. Foi o melhor que já tive”.
UMA FRUSTRAÇÃO: “Não ter voz para ser um vocalista de uma banda. Sempre quis ser vocalista de banda”.
UM APAGÃO: “Tenho apagão de memória, sempre. Do que falávamos mesmo?!”.
UMA SÍNDROME: “A de Asperger. Sou fascinado”.
UM MEDO: “Posar para foto. Sinto medo quando estou posando para foto. Vai entender…”
UM DEFEITO: “Desconfiança. Confiava muito. Agora confio pouco. Preciso aprender o meio do caminho”.
UM DESPRAZER: “Sentir medo. Não gosto”.
UM INSUCESSO: “Não saber falar outras línguas. Dá uma vergonha!”
UM IMPULSO: “Tenho o impulso suicida. Não para me matar. Mas tenho esse impulso suicida de me atirar de cabeça em projetos malucos”.
UMA PARANOIA: “Não atender às expectativas alheias”.