Letícia Matos, a gaúcha que “vestiu” dez árvores na Lagoa e outras tantas em Botafogo, com capas de tricô e crochê, vai voltar ao Rio em agosto, para um novo trabalho artístico. Moradora de São Paulo, ela é adepta do Slow Design, movimento que valoriza os processos artesanais e é contrário às peças de design padronizadas, uma maneira de protestar em relação à obsessão global por velocidade e quantidade. A artista retorna à cidade para participar de uma intervenção durante a Cello Parade: Letícia vai fazer o tricô que recobrirá um violoncelo de metal, exposto na rua.
Ela aprendeu a técnica artesanal quando criança e faz parte de um coletivo chamado “Feito à mão”, composto por mulheres na faixa dos 30 anos e um único homem. Em São Paulo, as capinhas das árvores, com a ação da poluição, não duram mais que sete meses, mas, no Rio, ela avalia que possam resistir até um ano. Para se sustentar, Letícia dá aulas de ioga, há 14 anos. “Não sou uma pessoa que me estresse”, conclui.