O chef executivo Caio Silva e o chef Danilo Parah, a dupla que manda na cozinha do Roxy /Foto: reprodução
Foram quase dois anos de obra e R$ 67 milhões investidos pelo empresário Alexandre Accioly para a inauguração do Roxy Dinner Show, onde funcionou o famoso cinema de Copa, nessa quinta (17/10). Os ingressos variam entre R$ 480 e R$ 790, com jantar e musical, com 60 artistas, entre bailarinos, cantores e músicos, além de equipe de maquiadores, camareiras e figurinistas.
A efeitos de comparação com outras casas do tipo, como o Señor Tango, em Buenos Aires, o valor é de R$ 790 a R$ 1.399 pelo jantar seguido de espetáculo, por cerca de 4 horas, como no Roxy. Já no Moulin Rouge, em Paris, o show com menu Toulouse Lautrec sai por mais ou menos R$ 2.668.
É pra turista? Sim, mas nada de mulheres nuas rebolando (não que isso seja ruim). Funk, morro, Parintins, candomblé, bossa nova, Gilberto Gil, Caetano Veloso, grafite. O Brasil presente. A cultura brasileira presente.
Mas vamos à cozinha, comandada pelo chef Danilo Parah, com supervisão do chef-executivo Caio Silva, que mira em receitas bem apuradas e acerta o ponto, como a couve-flor grelhada com feijão-fradinho, o arroz de moqueca, a galinha caipira mineira com taioba, o quiabo e creme de queijo da Canastra. Tudo parece ter selo no novo Roxy.
Moqueca de banana-da-terra combinada com palmito e arroz de coco e costela braseada com farofa de cuscuz e tucupi, molho de carne trufado e abóbora caramelizada.
Danilo Parah, 30 anos, é da Zona Oeste, toca três casas na Zona Sul: o Rudä, Izar e Mäska, todas impondo com destreza sua cozinha ancestral e experiência gastronômica única e diversificada!
Sobre o convite para o Roxy, diz: “Acho que tenho sorte. Recebi esse convite depois de os diretores conhecerem o Rudä e acharem que tinha uma conexão com o que eles queriam para o projeto. Não tinha como recusar algo tão legal para o Rio e para o Brasil. Sinto que o menu precisa ser parte do espetáculo e o meu foco está em encantar o público”.
Uma das propostas é oferecer esse perfil de cozinha que evolui para algo mais atraente e que mostre um pouco mais do Brasil. As louças são um show à parte: todas brancas com o calçadão de Copacabana como moldura. São 260 funcionários na cozinha que tem 800m² e guarda seis mil pratos.
Nos drinques, batida de vodca com tangerina e morango; caipirinha de caju com gengibre; tequila com framboesa, gengibre, hibisco, limão e abacaxi, uma trinca que entrega o que está por trás da coquetelaria, que serve vinhos brasileiros. Ponto para o produto nacional. Bom para nós e o turista que chega afoito por brasilidade.