Brenda Valansi, Michelle Novaes e Patricia Mayer /Fotos: arquivo site Lu Lacerda
Nesta quinta (19/09), Tallis Gomes, fundador da Easy Taxi e presidente da G4 Educação, afirmou, em seu Instagram, ser contra sua mulher ocupar o cargo de CEO (Chief Executive Officer, posição mais alta) em uma empresa. “Deus me livre de mulher CEO”, afirmando que mulheres nesse cargo passam por um processo de “masculinização” e que o lar fica em “quarto plano”, atrás da empresa, dos filhos e do marido, e que o cargo não seria o “melhor uso da energia feminina”. O post (no Stories) viralizou com reações indignadas. O que você achou dessa fala e o que responderia a essas afirmações?
Brenda Valansi (presidente da ArtRio): “Para ele, responderia que não se preocupe. Com as lutas diárias de uma mulher de hoje, para chegar ao posto de CEO, elas estão cada vez mais por lá: lindas, mães ou não, competentes, eficientes em suas lideranças, mudando paradigmas, trazendo lucros… jamais se interessariam por um tipo desse. Agora, para a sociedade, pergunto: como um ser que ocupa um cargo tão alto, com tanta influência, consegue estar lá com um pensamento tão desconexo das pautas atuais?”
Michelle Novaes (CEO do 15º Ofício de Notas do Rio, presidente do Conselho da Mulher da ACRJ) “É preocupante que, em pleno século XXI, ainda existam visões limitadas sobre o papel das mulheres em cargos de liderança, como a ideia de que assumir a posição de CEO levaria à ‘masculinização’. Liderança não tem gênero, e todos devem ter o direito de escolher seu caminho profissional e pessoal livremente, sem rótulos ou expectativas ultrapassadas. O feminismo não é sobre substituir homens, mas sim garantir que homens e mulheres tenham as mesmas oportunidades de crescer e realizar seus sonhos.”
Patricia Mayer (sócia-diretora da CasaCor Rio): “Me admira isso ainda ser falado nos dias de hoje! A mulher, como qualquer ser humano, tem direito a ser quem ela quiser: ser CEO de uma empresa e jogar o resto tudo para o alto para se dedicar a isso, assim como abraçar a maternidade e ser uma dona de casa excepcional. Decisão de cada uma. Não existem regras a serem seguidas nem ninguém decidindo por alguém. Quem falou isso devia apagar o post, pois não existe mais espaço para esse tipo de comentário! Não sou CEO de empresa, mas sempre trabalhei como se fosse e, como a maioria das mulheres, sou multitarefa, meu “lar” sempre funcionou muito bem de acordo com minhas necessidades e de minha família!”
Diante das reações, Tallis reagiu: “Errei feio e quero pedir desculpas. Fui infeliz e estou chateado por ter magoado muitas mulheres”, escreveu ele nesta quinta (19/09), no Instagram.