Com a ArtRio, que começou nessa quinta (26/09), na Marina da Glória: diferente dos turistas, que só frequentam atrações feijão-com-arroz, aquelas listadas em guias, os descolados fogem e fazem sua própria agenda paralela — até dão pinta e fazem carão circulando as 80 galerias na Marina e, como bons locais, fogem do cardápio do bar oficial (garrafa de uísque a R$ 260, taça de vinho a R$ 35) — artistas são mais alternativos. “Esse povo das artes não é mais o mesmo. Nada acontece, só pinta e simpatia. Ninguém paga mico e nem faz pegação no banheiro”, diz um desses deles cuja programação está como bloco de carnaval, se é que você me entende!
Quem vai para socializar, conhecer artistas e comprar quadros, já fez isso na pré-abertura.
Por exemplo, a sexta (27/09) é no Solar dos Abacaxis (que também está com estande na ArtRio), no Centro, com o “Manjar de Ibeji”, uma homenagem à dupla de santos padroeiros, Cosme e Damião, simbolizando alegria, confraternização e criação.
Aos resistentes depois dos quilômetros conhecendo cada canto da Marina, ainda tem festa na D-Edge, na Saúde, a partir das 22h, com os DJs Valentina Luz, Bernardo Campos e Dany Bany, para a festa “ArtRio over D-Edge”.
Já no sábado (28/09), o endereço é o coletivo Rato Branko, na Lapa, fundado pelos artistas Raul Mourão e Cabelo, que dá um clima a rua Joaquim Silva, e se destacando pela sua abordagem colaborativa e por criar pontes entre gerações e linguagens.
A partir das 16h, as portas estarão abertas para a exposição do carioca Felipe Abdala (indicado ao Prêmio Pipa), “Boca”, sobre a ideia de fagia no fazer artístico: as maneiras de comer, o processo alimentício, a mordida e tudo ao redor, para, a partir disso, produzir esculturas, desenhos, pinturas e performances além de uma instalação. Por sua vez, o poeta e artista plástico Novíssimo Edgar, vai mostrar uma videoinstalação na fachada em frente ao ateliê, provocando uma interação com os pedestres. “Festa da arte, arte da festa , onde as línguas e linguagens confluem e as fronteiras se diluem . Quem nunca viu vem ver caldeirão sem fundo ferver”, traduz Cabelo. Além das exposições, a banda Mocofaia celebra o pré-lançamento de seu projeto ao vivo, com o trio formado pelo percussionista Luizinho do Jêje, o poeta e compositor carioca Sylvio Fraga e o pianista Marcelo Galter. Para completar, Mourão e Cabelo abrem seus ateliês para visitação e, encerrando a noite, DJs Mary G, Nado Leal e Nepal com sonzeira na rua.