Anielle Franco e Marcelo Freixo; O artista plástico PV Dias e Ricardo Ohtake /Foto: Cristina Granato
A mostra “Pretagonismos” reabriu a galeria do BNDES, fechada desde 2020, no Centro, uma parceria com o Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), nessa quinta (28/08). O acervo é do próprio museu, com 105 trabalhos de 59 artistas, sendo 46 negros e 13 brancos, que retratam pessoas negras, para mostrar o protagonismo do artista negro, do século XVIII até hoje. “Esta mostra é mais um passo significativo para uma narrativa inclusiva na arte nacional”, diz Daniela Matera, diretora do MNBA.
“Já tínhamos reaberto o Espaço Cultural BNDES com uma programação de música às quintas e sextas; agora retomamos as exposições e vamos levar ainda mais cultura gratuita à população. Essa mostra é muito emblemática, pois desafia e questiona os padrões de representação e coloca artistas negros no protagonismo da Arte e da História”, disse Aloizio Mercadante, presidente do BNDES, dias antes, já sabendo que não poderia estar no evento de abertura.
A maioria dos artistas já morreu, como os mestres Cândido, Valentim e Vitalino, Heitor dos Prazeres, Antônio Bandeira, Artur Timóteo da Costa, Maria Auxiliadora Silva e outros. E para representá-los, estavam lá os artistas contemporâneos PV Dias e Guilherme Santos da Silva. Aproveitando a passagem pela cidade, o arquiteto e curador Ricardo Ohtake, diretor do Centro Cultural São Paulo (CCSP), esteve no evento, assim como a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que assinou, poucas horas antes, o contrato vencedor do edital “Viva Pequena África”, com o BNDES, e Marcelo Freixo, presidente da Embratur, no mesmo evento que a ministra.
Os curadores da mostra são Amauri Dias, Ana Teles da Silva, Cláudia Rocha e Reginaldo Tobias de Oliveira, todos da equipe permanente do MNBA, que começaram a pesquisa em 2018, a partir da exposição “Das galés às galerias: representações e protagonismos do negro no acervo do MNBA”.