Comentários do oncologista Carlos Gil, presidente do Instituto Oncoclínicas e diretor-geral do Grupo Oncoclínicas&Co, que acaba de voltar da ASCO (reunião anual da Sociedade Americana de Clínica Oncológica), em Chicago (EUA), onde presidiu, com a médica Ecaterina Elena Dumbrava, do MD Anderson Cancer Center (Houston), inovações que melhoram o diagnóstico e o tratamento do câncer.
O encontro reuniu 50 mil médicos e especialistas dedicados à doença. O Dr. Carlos foi o primeiro profissional estrangeiro a receber, nos EUA, o prêmio Partners in Progress (Parceiros em Progresso), da ASCO.
“A Inteligência Artificial foi um dos protagonistas. As novas tecnologias aplicadas à oncologia estão moldando o futuro dos cuidados com o câncer. A IA será uma ferramenta cada vez mais importante, pois ajuda a identificar padrões entre as células e oferece análises mais rápidas e precisas de imagens médicas, contribuindo para a eficiência do diagnóstico e a avaliação sobre a progressão da doença. Isso permite que o médico possa discutir com o paciente de que forma o tratamento mudará a vida dele, poupando-o de um tratamento desnecessário”.
E em que lugar o Rio está em casos de tratamento de câncer? “Segundo dados da publicação ‘Estimativa 2023 – Incidência de Câncer no Brasil’, do Inca, o estado do Rio pode ter 72.380 novos casos de câncer, anualmente, até 2025, contabilizando mais de 217 mil ocorrências. Em todo o Brasil, o número previsto é de 704 mil, a cada ano, até 2025. Essa publicação do Inca é a principal ferramenta de planejamento e gestão na área oncológica no país, para termos informações e definir as políticas públicas”.
E os tipos mais comuns? “De pele, mama, próstata e o colorretal. O grande problema é que muitos casos de câncer ainda são diagnosticados tardiamente, o que piora as chances de cura e a qualidade de vida durante o tratamento; é o caso, por exemplo, do câncer de mama, que pode ter 95% de chances de cura se diagnosticado no início, o que é feito através da mamografia, que precisa chegar a todas as mulheres acima de 40 anos. Além disso, já percebemos a transição epidemiológica com algumas alterações que começam a aparecer, como o aumento de alguns tumores em pessoas jovens, como a incidência de câncer colorretal nessa faixa etária, além do aumento da incidência de câncer de pulmão em pessoas que não fumam, o que, provavelmente, tem relação com fatores ambientais: sedentarismo, obesidade, alcoolismo e a própria poluição ambiental”.
A Oncoclínicas&Co é o maior grupo dedicado ao tratamento do câncer na América Latina, com um corpo clínico de mais de 2.700 médicos especialistas. Com a missão de democratizar o tratamento oncológico no Brasil, atualmente possui 145 unidades em 39 cidades.