Na imagem, Gwendal Poullennec, diretor internacional do Guia Michelin, com as chefs Kátia Barbosa, Luana Sabino, Janaína Torres, Giovanna Grosso e Tássia Magalhães /Foto: Bruno Calixto
Desde 2020 sem avaliar e distribuir estrelas no Rio e SP, o Guia Michelin anunciou a lista, nessa segunda (20/05), em evento para 400 convidados, no Copacabana Palace, junto com a seleção de restaurantes recomendados pelos inspetores. São 140 na lista, dos quais 60 são recém-adicionados ou promovidos dentro da seleção. Seis casas receberam duas estrelas, 15 ficaram com uma, 37 endereços foram destacados com um “Bib Gourmand”, dos quais 12 são novos. Pela primeira vez no Brasil, a “Estrela Verde” celebra os excelentes compromissos ecológicos. E também dois prêmios especiais, um deles para Maíra Freire, do Lasai, a sommelier do ano (“é pratica”, disse ela no palco).
Algumas participações vão entrar para a história: o Lasai, do Rio, e Evvai e Tuju, de São Paulo. Conquistaram a segunda estrela, estreando no hall onde já estão os cariocas Oro e Oteque e os paulistanos D.O.M. e Três a três, um empate dos bons!
Sete novos CEPs conquistaram a primeira estrela.
De SP: Fame Osteria, Kazuo, Kuru, Murakami, Oizumi Sushi e Tangará Jean-Georges.
Do Rio, o novíssimo San Omakase, de Martin Vidal com sócios e o chef André Nobuyuki Kawai, Embaixador do Sushi no Brasil e em Portugal, presidente da Nagoya Sushi School e com mais de 30 anos de trabalho e experiência na “terra do sol nascente”. É o único japa carioca, contra vários de SP.
Das 12 novidades que elevaram o número total de locais com a distinção “Bib Gourmand” para 37, dois do Rio: o novíssimo Brota, da chef Roberta Ciasca (com as sócias Renata Gebara e Natalia Granitoff), e o Sult, de Nelson Soares, com a chef Julia Lottus à frente da cozinha.
Dos 38 na seleção de “Recomendados”, 15 são do Rio, entre elas, as três casas comandadas por Danilo Parah: Rudä, Izär e Mäska.
Mas quem são os inspetores Michelin? Funcionários especializados (de olhar mais técnico) que viajam anonimamente — atualmente, o guia avalia mais de 30 mil estabelecimentos em 40 países — e comem, em média, em 250 restaurantes por ano.
No mais, continuamos sem nenhum restaurante brasileiro com as distintas 3 estrelas. Kátia Barbosa (Aconchego) e Vanessa Rocha (Maria e o Boi) também tiveram suas casas mencionadas no guia e subiram ao palco, engrossando o caldo da inclusão. Kátia e Vanessa, apesar de trajetórias bem distintas, carregam suas elaborações ancestralidade, contribuindo com o legado da culinária genuinamente brasileira.
Dos 140 restaurantes listados e chefs, apenas três deles são pessoas negras: Danilo Parah, Vanessa Rocha e Kátia Barbosa. “Eles são resistência num contexto em que as referências do que é bom desconsideram a pluralidade e a diversidade”, postou o Preto Gourmet.
A Estrela Verde Michelin, criada em 2020, foi concedida a três endereços de São Paulo: A Casa do Porco (técnicas sustentáveis), Corrutela (produtos ecológicos de fornecedores locais) e Tuju (centro de pesquisa que visa a encontrar e dar visibilidade aos produtores). No Rio, nada… Quem sabe no próximo?
Um breve resumo:
6 restaurantes com duas estrelas (3 novidades);
15 restaurantes com uma estrela (7 novidades);
3 restaurantes Estrela Verde (3 novidades);
37 restaurantes Bib Gourmands (12 novidades);
82 restaurantes Recomendados pela qualidade da cozinha (38 novidades).
Duas estrelas:
D.O.M. (SP)
Oteque (RJ)
ORO (RJ)
Lasai (RJ)
Tuju (SP)
Evvai (SP)
Uma estrela:
Kinoshita (SP)
Maní (SP)
Jun Sakamoto (SP)
Huto (SP)
Kan Suke (SP)
Picchi (SP)
Mee (RJ)
Cipriani (RJ)
San Omakase (RJ)
Fame Osteria (SP)
Kazuo (SP)
Kuro (SP)
Murakami (SP)
Oizumi Sushi (SP)
Tangará (SP)