Depois da gravação de “Menino Deus”, com a irmã Maria Bethânia, em homenagem ao Rio Grande do Sul, Caetano Veloso vai lançar “Cine Subaé – escritos sobre cinema (1960 –2023)”, seu novo livro (Companhia das Letras). Parte do valor será doada para a “Ação 342 RS”, que arrecada fundos para ajudar os artistas e trabalhadores da cultura no RS, na terça (21/05), às 20h, no Teatro Clara Nunes, no Shopping da Gávea. O valor do ingresso solidário é de R$ 259,80 (+ taxas) e R$129,90 (+ taxas), incluindo o livro e apoio à “Ação 342 RS”, através do coletivo 342, criado por Paula Lavigne, sua mulher e produtora.
O livro, com organização de Cláudio Leal e Rodrigo Sombra, é composto de críticas e depoimentos desde a década de 60, época em que o artista sonhava em dedicar sua vida à direção de filmes. O material era publicado no santamarense “Archote” e em periódicos da capital baiana – muitos deles inéditos em livro. São colunas de jornais, entrevistas, depoimentos e comentários que revelam as predileções, reflexões sobre as criações de trilhas e o vasto repertório cinematográfico do compositor.
A Janela Livraria e o Teatro Clara Nunes estão à frente do encontro, com conversa mediada por Cláudio Leal e Rodrigo Sombra.
O texto de orelha é assinado pelo cineasta Orlando Senna, editor de algumas das primeiras críticas publicadas por Caetano na imprensa baiana. São 64 textos – sendo 46 inéditos –, 12 entrevistas e 76 fragmentos de opiniões sobre filmes e diretores, além de três argumentos inéditos de filmes jamais realizados pelo compositor, que dirigiu dois videoclipes e um só longa, “O Cinema Falado” (1986).
Você vai ler também sobre a cultura dos cinemas de rua, hoje tão raros: “O Cinema Santo Amaro ficava na Praça da Purificação, bem perto da igreja de Nossa Senhora. Até a minha adolescência, esse era o único cinema da cidade. (…) As imagens movendo-se na tela me apaixonavam tanto quanto ou mais do que as ruas vistas da bicicleta, voando sobre paralelepípedos, beirando o rio Subaé. Eu queria ir todas as noites ao cinema. O som de gongo que precedia o apagar das luzes era sagrado”, diz um trecho.
Foto: Fernando Young / Divulgação