Bernardo Egas, ex-secretário municipal de Meio Ambiente e criador da “Revolução das Bitucas” (projeto atuante nas praias do Rio), voltou do Rio Grande do Sul com 10 animais no carro, entre cães e gatos, nesse fim de semana. Fizeram seis horas até Florianópolis (SC), dormiram por lá e depois pegaram 18 horas até o Rio, parando três vezes no trajeto para andar e alimentar os cachorros.
Ele partiu para o RS há uma semana, com o deputado federal Marcelo Queiroz, para ajudar as equipes nos resgates de pessoas e levar doações, passando por várias cidades, mas ficando nas mais críticas, entre Canoas e São Leopoldo. “Têm coisas que vivenciei que nem dá pra contar: pessoas sem absolutamente nada, bairros destruídos, imagens que nunca vão sair da minha cabeça. Fui para levar doações; só depois vi a necessidade de ajudar os animais e me lancei nos resgates. O lado bonito disso tudo é a quantidade de gente mobilizada”, diz ele, que, ao lado de mais ou menos oito outras equipes, resgatou mais de 200 animais.
Dos 10 animais, só faltam duas irmãs inseparáveis, com preferência para adoção dupla. “Trouxe até mais do que cabia no carro. Faço um apelo para estimular as pessoas a darem uma nova vida para esses verdadeiros sobreviventes. Apesar dos desafios e traumas, eles continuam a demonstrar muito carinho e vontade de viver. Agora me comprometo a dar um jeito de trazer mais animais para quem quiser adotar no Rio. Já existe uma grande campanha organizada pelo Marcelo (Queiroz) e outros parceiros (@del.brunolima, @fredcostadep e @deisefalci). Eu serei o representante aqui no Rio”, diz Egas.
Uma das dúvidas é: e se o dono aparecer? “A gente divulga bastante nas cidades. A prioridade é sempre encontrar os donos, mas, quando não conseguimos (na maioria das vezes), eles vão para um abrigo. Muitos também já eram de rua. Quando chegamos, eram 300 animais no abrigo de São Leopoldo; agora são 1.200”, completa.
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